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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Diabetes emocional existe? Qual é o impacto do estresse na doença?

Novas pesquisas chamam a atenção para a influência do estado psicológico no controle do diabetes. Entenda essa história

Por Carlos Eduardo Barra Couri
Atualizado em 27 jul 2021, 09h29 - Publicado em 26 jul 2021, 19h21

Está aí um dos temas mais controversos no estudo do diabetes. Quantas pessoas não relatam a história de receber o diagnóstico da doença logo após um quadro psicológico agudo ou traumático?!

Pois imagine um sujeito de 52 anos sedentário, com obesidade, hipertensão e colesterol elevado, que descobre o quadro de diabetes tipo 2 após uma grande perda na família. Outra situação: uma criança de 8 anos que, uma semana após a separação dos pais, dá entrada no hospital com glicose na casa dos 450 mg/dl e é diagnosticada com diabetes tipo 1.

Em ambos os casos, é impossível dizer que a doença foi fruto exclusivamente do problema emocional. Isso porque, no primeiro, o paciente já tinha muitos fatores de risco para desenvolver diabetes tipo 2 (como sedentarismo e excesso de peso). No segundo, por sua vez, sabemos que o diabetes tipo 1 tem origem autoimune e o sistema imunológico passa a atacar as células produtoras de insulina no pâncreas anos antes da detecção por exames.

Por fim, quantas outras pessoas não sofrem grandes situações estressantes e não desenvolvem diabetes?!

LEIA TAMBÉM: Diabetes e Alzheimer: um motivo para evitar os altos e baixos da glicose

De qualquer forma, um ponto frequentemente negligenciado em indivíduos que já possuem diagnóstico de diabetes é o impacto do estresse na doença e no tratamento. Isso já tem até nome científico americanizado: diabetes distress.

Trata-se de um estado de estafa ou pressão extrema vivenciado pelo paciente devido ao fato de ter de controlar o diabetes e cuidar de si todos os dias, 24 horas, algo que engloba tomar medicamentos, medir a glicose, comer direito, fazer exercícios, manter um sono adequado etc, etc, etc.

Tudo isso tendo em paralelo suas atividades de trabalho e o convívio com a família e a comunidade. Essa pressão psicológica pode ser inclusive um gatilho para o surgimento de transtornos mentais, como ansiedade, depressão e distúrbios alimentares.

Daí a importância decisiva de uma boa educação em diabetes: ela é peça-chave para o paciente se conscientizar e aderir ao tratamento sem entrar em parafuso. E vale observar que, em algumas situações, sim, o acompanhamento psicológico se faz necessário.

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Engana-se quem pensa que o tal diabetes distress só traz consequências, digamos, emocionais (como se não bastassem essas)! Estudos recentes demonstram que esse estado pode promover alterações inflamatórias na camada de revestimento dos vasos sanguíneos, favorecendo as doenças cardiovasculares.

Além disso, pessoas nessas circunstâncias tendem a ter uma menor adesão aos medicamentos prescritos, bem como a uma alimentação equilibrada e à prática de atividade física. Tudo isso aumenta o risco de problemas e sequelas no longo prazo.

Pesquisas estimam que o estresse ligado ao tratamento do diabetes acomete cerca de 45% das pessoas, mas apenas 24% referem a situação à equipe de saúde. Isso me faz crer que o diabetes distress tem de ser ativamente pesquisado durante as consultas. Até porque o tratamento destinado a uma pessoa com diabetes não visa apenas controlar a glicose, mas cuidar do seu corpo e da sua mente.

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