Pesou até para a memória
O excesso de gordura corporal piora a capacidade de se recordar direito das refeições — e isso pode gerar ainda mais comilança

A psicóloga Lucy Cheke, professora da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, afirma: “Quanto mais forte sua lembrança do almoço, menos provável que você faça um lanche à tarde”. Agora vem a má notícia: segundo um trabalho dela e de outros especialistas, pessoas acima do peso teriam uma memória mais falha para eventos ocorridos em um passado próximo. No estudo, 50 voluntários (entre magros e gordinhos) participaram de uma espécie de caça ao tesouro.
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Durante dois dias, eles escondiam itens em certos ambientes e, após um tempo, precisavam se lembrar quando e onde foram ocultados. Aí se notou que a turma rechonchuda levou a pior no teste. Lucy defende, com base nos resultados, que a dificuldade para emagrecer entre os obesos também decorreria dessa maior tendência ao esquecimento. “Se as pessoas com excesso de peso têm limitações com a nitidez da memória, talvez elas fiquem mais propensas a se sentirem famintas mesmo após uma boa refeição”, analisa a estudiosa.
E o Alzheimer?
Ora, se a obesidade favorece os brancos na memória, será que abriria as portas para essa demência? Segundo Lucy Cheke, a gordura sobressalente pode inflamar o cérebro e desregular o trabalho da insulina, situações que têm sido atreladas ao Alzheimer. Mas a teoria carece de comprovação.