Uma pesquisa da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, testou um programa online de emagrecimento, e a conclusão é que eles são, sim, eficazes na luta contra a o excesso de peso. “A interatividade gera um retorno instantâneo e contínuo, o que facilita mudanças comportamentais”, explica a nutricionista Luciana Lorenzato, do Laboratório de Nutrição e Comportamento da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Na entrevista a seguir, a especialista pondera as vantagens de usar a conectividade para se livrar dos quilos a mais.
Programas de perda de peso online ajudam mesmo a emagrecer?
Para que qualquer tratamento de reeducação alimentar e emagrecimento apresente os resultados esperados, é imprescindível a adesão da pessoa à proposta terapêutica. Por isso, com ferramentas como cálculo de calorias dos alimentos, registros alimentares, contagem do gasto calórico e bate-papo com os adeptos, esses programas podem reduzir as barreiras ao tratamento.
Sem contar que a experiência de esforço coletivo serve como um estímulo – na interação virtual, a pessoa não se envergonha de se expor por estar acima do peso. Mas vale lembrar que os estudos sobre a efetividade desses métodos são escassos.
As principais pesquisas ainda apontam que a perda de peso em tratamento presencial é significativamente maior do que pela internet. Ainda assim, tudo indica que as estratégias propostas por essas iniciativas online podem ser úteis, uma vez que são planejadas para influenciar de modo positivo a qualidade da alimentação e a atividade física.
Redes sociais tradicionais também podem trazer benefícios?
Toda estratégia favorável a mudanças de hábitos alimentares e incentivo a atividade física traz benefícios. Hoje existem muitos fóruns ou grupos de discussão que apoiam a reeducação alimentar e mostram a evolução da perda de peso pessoal de forma saudável.
Alguns estudos sugerem que um foco específico em automonitoramento pode ser especialmente benéfico para perder peso. Ele consiste na observação de fatos, sentimentos, pensamentos e atitudes que ocorrem antes, durante e após as tentativas de manter um comportamento prudente ao alimentar-se e na prática de exercícios físicos.
Além disso, a interatividade possibilita o feedback instantâneo e contínuo da rede social, o que tende a promover a mudança comportamental.
E no caminho inverso? É possível que essas mesmas redes sociais de alguma forma prejudiquem o emagrecimento?
Sim, quando divulgam informações ou estimulam comportamentos que não condizem com a ciência da nutrição. Incentivar dietas extremamente restritivas ou o uso de medicamentos e suplementos sem a orientação médica estão entre as atitudes maléficas. A internet é uma intervenção positiva, mas que tende a generalizar.
Toda prescrição dietética deve ser individualizada, o que não acontece no meio virtual. Por isso, a rede deve ser considerada uma ferramenta de incentivo e apoio para perder de peso, mas não como o principal e único tratamento.
Por que crianças têm de ser vacinadas contra o rotavírus?
Folha de taioba: benefícios de uma planta comestível e rica em nutrientes
TDAH: o que é, como diagnosticar, e quais são os tratamentos
O elo entre autocuidado e saúde pública
Suco de beterraba: benefícios e cuidados com a bebida usada no pré-treino
