O efeito dos suplementos na saúde do coração
Análise robusta aponta o que serve (ou não) para resguardar o peito no universo das cápsulas
Uma revisão de nada menos do que 884 estudos separou o joio do trigo no que diz respeito ao impacto de nutrientes ingeridos via suplementação no estado cardíaco.
A avaliação, publicada pelo Colégio Americano de Cardiologia, destaca positivamente a atuação do ômega-3.
“Em indivíduos de alto risco cardiovascular, a suplementação parece ter benefícios significativos”, nota a nutricionista Juliana Kato, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). A substância foi ligada à redução no risco de infarto e mortalidade por doenças cardíacas.
Por outro lado, a suplementação de betacaroteno aumentou o perigo de AVC e de morte por todas as causas. “O mecanismo permanece obscuro”, comenta Juliana. Veja um resumo das descobertas:
- Trouxeram benefícios
Fora o ômega-3, o ácido fólico se revelou vantajoso, pois diminuiu o risco de AVC. A coenzima Q10 reduziu mortalidade precoce. - Não apresentaram efeitos dignos de nota
A revisão indicou que as vitaminas C, D, E, além de selênio, não interferiram no risco de males cardiovasculares ou diabetes. - Atuaram contra fatores de risco
Ômega-6, magnésio, melatonina, zinco e curcumina são alguns dos compostos que parecem ajudar a controlar colesterol, triglicérides, pressão… - Aumentou o risco de doença cardíaca
Tomar suplementos de betacaroteno foi associado a um maior perigo de AVC e de mortalidade em geral. Mas o motivo ainda não está esclarecido.
O que tirar de lição
Embora seja um baita compilado, a revisão americana possui limitações.
“Algumas pesquisas tiveram curta duração e houve inconsistência dos resultados devido a diferentes metodologias usadas”, pondera Juliana.
A nutricionista frisa ainda que a suplementação deve ser individualizada e acompanhada por um profissional de saúde. “E a mudança de estilo de vida deve ser sempre priorizada”, crava.