Preservar a massa e a força muscular pode fazer a diferença na luta contra o câncer de pulmão, um dos tipos de tumor mais comuns e letais. É o que indica um estudo nacional apresentado no último congresso mundial dedicado à doença, na Áustria.
A pesquisa, do Grupo Oncoclínicas, mediu a circunferência da panturrilha e a força do aperto de mão de 50 pacientes com a enfermidade — esses são parâmetros para averiguar a massa e a força muscular.
Depois de um monitoramento de três anos, o trabalho concluiu que o índice de sobrevida das pessoas com melhores notas nesses exames triplicava — 1 247 dias a mais de vida no grupo com a musculatura robusta ante 349 dias entre quem estava com menos massa e força.
De acordo com a nutricionista Imanuely Borchardt, autora do estudo, esses indicadores ajudam a prever a resposta ao tratamento. “Um paciente com pouca força muscular tem maior risco de sofrer com a toxicidade dos medicamentos”, exemplifica.
Nesse contexto, cuidados com a dieta e a eventual suplementação ganham relevância — e, não à toa, são o novo alvo de estudos da equipe carioca.
Para não perder a força
Atenção à massa muscular deve integrar tratamento
- Avaliação
Após o diagnóstico, o paciente com câncer deve ter a massa e a força muscular medidas, de modo a compreender suas necessidades. - Dieta
Músculo precisa de proteína. O nutricionista auxilia a agregar fontes de origem animal (ovo, leite, carne…) e vegetal (feijões, lentilha…) no cardápio diário. - Suplementação
Mesmo com mudanças na dieta, pode ocorrer déficit de proteína e outros nutrientes. Aí o profissional costuma prescrever suplementos. - Exercícios
A alimentação dá o subsídio, mas a atividade física é indispensável ao fortalecimento. Pilates e musculação são boas opções.