Chá verde: benefícios para dar e vender
Ele ficou conhecido no Brasil como aliado do emagrecimento. Mas a verdade é que a bebida tem vários outros trunfos na manga
Ele é tão popular no Oriente, seu berço, quanto o refrigerante ficou no Ocidente. Mas há uma diferença gritante aí: o chá verde, ao contrário da bebida gasosa, proporciona diversas bençãos ao organismo. Ainda bem que não é nenhum sacrifício encontrá-lo hoje em território verde e amarelo.
Preparada a partir da planta Camellia sinensis, a infusão se tornou bem popular por aqui. Pudera. Trata-se do campeão em polifenóis e, portanto, no quesito antioxidantes. Isso ajuda a explicar por que seu consumo foi associado a uma melhora na circulação de sangue sanguínea e, consequentemente, a uma queda na pressão arterial – fator que blinda contra infartos e derrame.
Evidências ainda sugerem que o líquido merece um espaço de destaque na vida de quem quer domar os picos de glicose no sangue. De novo, os compostos envolvidos na benfeitoria são os antioxidantes – especificamente, os polifenóis. Eles aumentariam a atividade de receptores que ficam na superfície da célula e permitem que a glicose entre lá dentro.
Em resumo, isso driblaria a resistência à ação da insulina – situação que impede a saída do açúcar da corrente sanguínea. Anote aí algumas ponderações. Em primeiro lugar, diabéticos não podem encarar a bebida como um santo remédio. Mais: não faz sentido esperar uma força na manutenção da glicemia se lotar a xícara de açúcar.
Há macetes para preparar o chá verde e manter suas propriedades. Um deles é evitar que a água ferva para evitar que as folhas fiquem cozidas e com gosto amargo. Recomenda-se também consumir a bebida assim que ficar pronta, antes que os antioxidantes se degradem.
Mas o motivo que levou o chá verde a ser difundindo no Ocidente foi, na realidade, sua aptidão em facilitar o emagrecimento. É que a bebida tem efeito termogênico, ou melhor, eleva a temperatura do corpo, acelerando, assim, a queima de calorias.
Para ver a cintura afinar, são indicadas aproximadamente cinco xícaras por dia – isso se não houver contraindicações, como a existência prévia de problemas no fígado.
Na hora de comprar a matéria-prima, convém ter alguns cuidados, como priorizar lojas que trabalhem com folhas de qualidade e extrato seco padronizado. Aliás, essa história de ficar atento ao produto comprado – e, depois, à forma de preparo – é essencial para colher todos os talentos desse chá.
No currículo dele, aliás, estão indícios de proteção contra o câncer. É que uma de suas substâncias, a epigalocatequina, suprime a proliferação celular e combate inflamações. Mas tem um porém. Os resultados de estudos que investigam essa relação ainda são conflitantes. Uns mostram proteção, outros apontam que beber o chá não faz diferença… Daí a importância de preparar direitinho a infusão e investir nela com regularidade (e sem abusos).
Mas saiba que esse não é o chá mais apropriado para tomar à noite, se a intenção for embalar o sono. Como ele é rico em cafeína, pode prejudicar o descanso pleno de indivíduos mais sensíveis à substância. Também é adequado evitá-lo antes das grandes refeições, porque ele atrapalha a absorção de ferro. No mais, é só preparar e aproveitar.
Dúvidas frequentes
Pode adoçar?
Poder, até pode. Mas o ideal é não usar açúcar branco no chá. Uma alternativa para quem não consegue consumi-lo ao natural é utilizar um pouquinho de mel. Até porque se adoçar muito o gosto original da bebida é mascarado.
Pode levar à geladeira?
Há quem diga que o melhor é consumir o chá logo depois do preparo (são cerca de cinco minutos em infusão), quando estiver morno. Mas, se preferir geladinho, existem evidências de que ele não perde suas propriedades antioxidantes.
Pode tomar a latinha industrializada?
Olha, ela tem uma quantidade bem reduzida dos princípios ativos que conferem fama ao chá verde. Além disso, costuma concentrar açúcar e conservantes. Se não der para comprar as folhas, o sachê seria uma opção melhor.
Qual o limite do consumo?
A sugestão é tomar 1 litro por dia, isto é, de seis a sete xícaras ocidentais. Pessoas com problemas de saúde devem verificar com especialistas se podem (e em qual dose) tomar a bebida.