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Açaí derruba o colesterol

A fama de energizante vem de longe. Agora o fruto integra também o grupo dos superprotetores do peito

Por Thaís Manarini
Atualizado em 22 out 2018, 11h41 - Publicado em 8 abr 2015, 08h26
acai
O fruto amazônica é celebrado pela ciência da nutrição (Foto: Alex Silva/A2 Estúdio)
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A comprovação do açaí anticolesterol vem de um trabalho realizado na Universidade Federal do Pará (UFPA), estado que é o maior produtor mundial da fruta. Ali, a cardiologista Claudine Feio, numa primeira etapa, incitou 40 coelhos a ficarem com o colesterol nas alturas.

Mais tarde, dividiu os bichos em duas turmas – mas só uma foi brindada com uma bebida à base de açaí… No momento em que a experiência completou 12 semanas, a médica  analisou a aorta – a maior artéria do corpo – e o sangue dos animais. “Verifiquei que a glicemia e os níveis de triglicérides baixaram no grupo que recebeu o açaí.

O colesterol também caiu muito, principalmente a fração LDL, considerada ruim”, relata a pesquisadora. Outra diferença significativa: as cobaias que não consumiram a bebida com o fruto exibiam placas de gordura por praticamente toda a extensão da artéria aorta.

As cobaias que a ingeriram, por outro lado, tinham placas menores e mais esparsas. “Por causa desse resultado, chegamos à conclusão de que o açaí protege contra problemas cardiovasculares, como infarto e derrame”, diz Claudine.

O que essa frutinha tem de tão especial?

Acredite: tudo. Começando pelos fitoesteróis. “Eles são absorvidos no lugar do colesterol proveniente da dieta”, explica a expert da UFPA. Com isso, parte das moléculas gordurosas  que poderiam sufocar os vasos é eliminada na digestão. Tem ainda as antocianinas, que dão a cor característica do fruto. “São essas substâncias que evitam a oxidação do coleterol ruim e, consequentemente, a formação de placas nos vasos”, ensina a nutricionista Jacqueline  Carvalho Peixoto, professora da Universidade Castelo Branco, no Rio de Janeiro.

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Afinal, açaí engorda?

A polpa de fato esbanja um tantão de gorduras. Mas elas são dos tipos mono e poli-insaturadas, festejadas por seus préstimos vasculares. Há mais uma vantagem em enviá-las para dentro do corpo: estimulam a sensação de saciedade, efeito potencializado pelas fibras da fruta roxa.

Mas então de onde vem a fama do açaí de ser engordativo? “A culpa, em parte, é dos acompanhamentos que aparecem na tigela. O xarope de guaraná, por exemplo, é puro açúcar”, avisa Karen Signori Pereira, professora de engenharia de alimetos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para quem quiser adoçar, a especialista sugere um pouco de mel. Granola e frutas naturais têm sinal verde, porém sem exageros. Já leite condensado, leite em pó e afins tendem a anular suas vantagens.

Há uma recomendação quanto à frequência  de consumo?

A nutricionista Jacqueline diz que, dentro do menu balanceado, você pode comer até todo dia, mas três vezes por semana já está na medida. Quem resiste às ciladas calóricas terá energia de sobra e artérias livres  de enroscos, mesmo que não seja atleta profissional.

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Até para baixar a pressão

Olha mais uma prova de que o açaí como um todo merece aplausos: sua semente guarda substâncias que ajudam a dilatar os vasos, garantindo o controle da pressão alta. A descoberta é do farmacêutico Roberto Soares de Moura, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. “Acredito que um remédio à base de açaí deve chegar às farmácias daqui a cinco ou dez anos. É pouco tempo, tendo em vista que há mais de duas décadas não surgem grandes novidades contra a hipertensão”, avalia o pesquisador.

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