Radar da saúde: o que pretende descobrir o maior estudo sobre a felicidade humana?

Florescimento: esse é o termo que um grupo de cientistas ligados a instituições renomadas como a Universidade Harvard e o Instituto Gallup, nos Estados Unidos, escolheu para refletir e mensurar o que nos faz realmente felizes.

A partir de seis pilares — saúde física e mental, equilíbrio emocional, propósito, caráter, segurança financeira e relacionamento social —, eles criaram um novo índice de bem-estar e estão entrevistando milhares de pessoas em 22 nações, incluindo o Brasil.

O projeto Global Flourishing Study é considerado o maior esforço para entender e registrar o estado geral de indivíduos e países.

Na primeira onda de resultados, ficou evidente que dinheiro não é tudo nessa vida. Não à toa, Indonésia, Israel e México ficaram no ranking à frente de EUA, Reino Unido e Suécia — o Brasil ficou em 15º lugar. Outro diagnóstico foi que os jovens são a geração mais infeliz do momento.

Passado: 20 anos do Prêmio Nobel que decifrou o elo entre bactérias e gastrite

Em 2005, a academia sueca premiou uma dupla de cientistas australianos, Barry Marshall e Robin Warren, pela descoberta de que a Helicobacter pilory estava por trás de casos de gastrite, úlcera e câncer de estômago. Graças ao feito, hoje podemos detectar a bactéria em endoscopias e eliminá-la com antibióticos para prevenir estragos digestivos.

Futuro: um colírio que desacelera a perda de visão

Pessoas com doenças degenerativas da retina, a porção no fundo do globo ocular, correm o risco de ficar cegas. Pois uma equipe dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA estão testando um colírio que preserva as células da região e, em experiências com animais, conseguiu deter o déficit de visão. Os experts estão animados com o que pode vir por aí.

Um lugar: América Central sofre carência de profissionais de saúde

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), essa é a área do continente que mais padece com a falta de enfermeiros, médicos e afins. A recomendação é ter ao menos 45 profissionais a cada 100 mil habitantes. A pior situação é a do Haiti, com apenas seis, e a de Honduras, com sete. Cuba fica na liderança, com 170. O Brasil também está acima da meta.

Um dado: o americano médio teria ingerido 11 kg de microplástico

Uma revisão da literatura científica revela que um sujeito nascido nos Estados Unidos e hoje com 39 anos teria colocado para dentro do corpo mais de 10 kg desses componentes presentes em embalagens plásticas e outros itens industrializados. A maior parte disso se concentra no sangue. A preocupação, claro, são os riscos à saúde, ainda não muito bem compreendidos.

+Leia também: Microplásticos por toda parte… inclusive dentro de nós

Uma frase: Erich Fromm

“O consumo não funcional e, portanto, patogênico é semelhante ao [estado de] ter. Ambos os tipos de experiência enfraquecem — ou até mesmo destroem — o desenvolvimento produtivo do humano, privam-no da vivacidade e o transformam em uma coisa. Espero que a experiência do ter ainda se torne mais clara à medida que continuarmos a contrastá-la com seu oposto, a experiência do ser.”

Erich Fromm, filósofo e psicanalista alemão (1900-1980), no livro recém-lançado e inédito no Brasil A Arte de Ser (Paidós)

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