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Papa Francisco: 4 lições do líder religioso sobre saúde mental e igualdade

Chefe da Igreja Católica se manifestou sobre condições como a depressão, discutiu dificuldades do envelhecimento e sugeriu soluções para crise alimentícia

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 abr 2025, 12h17 - Publicado em 22 abr 2025, 08h43
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Pontífice era um homem de hábitos simples e pregava a tolerância (Agência Lusa/ CC-BY-3.0/Wikimedia Commons)
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Nesta segunda-feira (21), o mundo amanheceu com a notícia da morte do Papa Francisco, aos 88 anos. Desde fevereiro, o pontífice lidava com complicações de um quadro de pneumonia, que envolveu diversas infecções bacterianas, insuficiência renal e um AVC. 

À frente da Igreja Católica desde 2013, o líder religioso deixou uma série de ensinamentos não apenas sobre a fé cristã, mas também sobre saúde coletiva, mental e social.

Em seus discursos e aparições públicas, nunca deixou de falar em prol de populações vulneráveis e pela defesa de seus direitos.

Abaixo, confira quatro mensagens proferidas a respeito de problemas de saúde atuais: o enfrentamento de doenças graves, a crise no sistema alimentar, a depressão e o envelhecimento populacional.

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1. Sobre conviver com uma doença grave

“No momento da doença, se por um lado sentimos toda a nossa fragilidade – física, psíquica e espiritual – de criaturas, por outro lado experimentamos a proximidade e a compaixão de Deus, que em Jesus participou do nosso sofrimento. Ele não nos abandona e, muitas vezes, surpreende com o dom de uma tenacidade que nunca pensámos possuir e que, sozinhos, não teríamos encontrado.

A doença torna-se então a oportunidade para um encontro que nos transforma, a descoberta de uma rocha firme na qual descobrimos que podemos ancorar-nos para enfrentar as tempestades da vida: uma experiência que, mesmo no sacrifício, nos torna mais fortes, porque mais conscientes de não estarmos sós.”

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Trecho de mensagem do Papa Francisco, assinado em 14 de janeiro, para o 33º Dia Mundial do Doente.

No texto, o pontífice afirma que a presença de Deus junto aos enfermos se dá em três aspectos: no encontro (“que nos transforma”), no dom (de “acolher e cultivar” que “toda a esperança vem do Senhor”) e na partilha (“Os lugares onde se sofre são frequentemente espaços de partilha, nos quais nos enriquecemos uns aos outros”).

+ Leia também: A última mensagem do Papa Francisco para quem enfrenta doenças graves

2. Sobre a importância da alimentação saudável

“O 44º Dia Mundial da Alimentação convida-nos a refletir sobre o direito à alimentação para uma vida e um futuro melhores. Trata-se de algo prioritário, dado que satisfaz uma das necessidades básicas do ser humano, ou seja, alimentar-se para viver de acordo com padrões qualitativos e quantitativos adequados, que garantam a existência digna da pessoa humana. No entanto, vemos com frequência este direito desprezado e não aplicado de maneira justa, com as consequências nefastas que disto advêm.”

“Para isso [promover o direito à alimentação], é necessário não esquecer a dimensão social e cultural intrínseca do ato de se alimentar. A este respeito, os responsáveis pela política e a economia a nível internacional devem ouvir as exigências dos últimos da cadeia alimentar, como os pequenos agricultores, e das formações sociais intermédias, como a família, diretamente envolvidas na alimentação das pessoas.”

Em seu último discurso para o Dia Mundial da Alimentação, assinado em 17 de outubro de 2024, Papa Francisco se dirige à Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) e pede que as demandas de grupos minoritários na cadeia produtiva, como os agricultores familiares, sejam ouvidas.

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O texto completo pode ser lido no site oficial do Vaticano.

+ Leia também: “Só restam 60 anos até que os solos para cultivo desapareçam”

3. Sobre tristeza e depressão

“A dinâmica da tristeza está ligada à experiência da perda. No coração do homem nascem esperanças que, às vezes, são frustradas. Pode ser o desejo de possuir algo que, ao contrário, não se consegue obter; mas também algo importante, como a perda de um afeto. Quando isto acontece, é como se o coração do homem caísse num precipício, e os sentimentos que experimenta são desânimo, fraqueza de espírito, depressão, angústia. Todos passamos por provações que geram tristeza em nós, porque a vida nos faz conceber sonhos que depois se desfazem.”

O ensinamento faz parte do discurso proferido na Assembleia Geral de 7 de fevereiro de 2024, que pode ser conferido na íntegra aqui. Na ocasião, Papa Francisco roga que “não deixemos que esta [tristeza profunda] se transforme num estado de ânimo que impeça a alegria de viver”.

A depressão é um transtorno psiquiátrico que requer atenção e tratamento médico. Mudanças no estilo de vida, psicoterapia e medicamentos antidepressivos fazem parte da recuperação de quem convive com a condição.

+ Leia também: Por que não podemos negligenciar o tratamento da depressão

4. Sobre o envelhecimento

“[…] quando se envelhece, à medida que as forças diminuem, a miragem do individualismo, a ilusão de não precisar de ninguém e de poder viver sem vínculos, revela-se o que verdadeiramente é: em vez disso, encontramo-nos a precisar de tudo, mas agora sozinhos, sem ajuda, sem ninguém com quem possamos contar. É uma triste descoberta, que muitos fazem quando já é demasiado tarde.”

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Para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos de 2024, Papa Francisco falou sobre o abandono e a solidão na velhice. O texto, também disponível na íntegra, condena o individualismo prevalente na sociedade atual e oferece amparo aos mais velhos que enfrentam períodos de sofrimento.

O envelhecimento da população é um desafio para entidades de saúde em todo o mundo, já que são necessárias estratégias para promover uma velhice mais saudável, assegurar acesso à moradia e alimentação, além de lidar com doenças típicas dessa fase, como demências e câncer.

 

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