Os efeitos das redes sociais e do consumo de pornografia na sexualidade
Pesquisa revela que as mídias sociais aumentam o desejo entre os homens, mas dificultam a obtenção do prazer. Consumo de pornografia também tem impactos
Um estudo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, apresentado no último Congresso Brasileiro de Urologia indica que a exposição às redes sociais (sobretudo o Instagram) tem reflexos sobre o comportamento sexual masculino.
A investigação foi feita com 131 acadêmicos de medicina e constatou que a exposição frequente a essas mídias — quase metade dos entrevistados ficava pelo menos quatro horas diárias navegando nelas — eleva o desejo sexual, só que prejudica a chegada ao orgasmo.
“O uso das redes pode aumentar o desejo em função dos estímulos visuais e afetar o orgasmo por dois motivos, a sensação de insegurança com a autoimagem frente à/ao parceira(o) e a frustração diante de uma expectativa fictícia”, analisa o urologista Guilherme Motta, autor do trabalho.
Pornografia é ligada a ejaculação precoce
O mesmo grupo da UFSM que avaliou o impacto das redes sociais na satisfação sexual examinou as repercussões do consumo de pornografia nesse contexto. E concluiu, após ouvir estudantes de medicina, que a exposição está relacionada a maiores índices de ejaculação precoce e insatisfação.
“Acreditamos que o excesso de pornografia leve a esses achados em virtude da incapacidade de reproduzir o conteúdo consumido, o que gera um aumento da ansiedade no ato sexual”, diz Motta.
Segundo o médico, um dos principais conselhos seria moderar o tempo despendido diante desses vídeos e das mídias sociais.