O que é arteterapia e para que serve?
Envolvimento com a arte pode ser benéfico para a saúde mental e física

Desde os primórdios da humanidade, indivíduos buscam por maneiras de expressar visualmente seu cotidiano e suas vivências. Com o tempo, pesquisas na área da psicologia desenvolveram técnicas que unem essas expressões aos processos terapêuticos, dando origem à arteterapia.
A principal diferença entre essa prática e o treinamento artístico tradicional é que, neste caso, as técnicas de expressão são focadas na exploração criativa, no autoconhecimento e na investigação terapêutica em prol da saúde.
Hoje, a modalidade é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e órgãos de saúde brasileiros.
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A arteterapia na saúde mundial
O estudo mais robusto sobre os benefícios da arteterapia para a saúde humana foi desenvolvido pelo Escritório Regional para a Europa da OMS. Publicado em 2019, o relatório analisou evidências de mais de 3 mil estudos que atestaram o papel das artes na prevenção de problemas de saúde, promoção da saúde e gestão de tratamento de doenças ao longo da vida.
Os principais benefícios elencados pela pesquisa incluem envolvimento estético e da imaginação, ativação sensorial, evocação de emoções, estimulação cognitiva e interação social.
Os resultados apresentados incluem ainda impactos psicológicos e fisiológicos nos pacientes que mostraram maior regulação emocional, menor resposta do hormônio do estresse, função imunológica aprimorada e melhor função cardiovascular.
A arteterapia também rendeu bons resultados na sociabilidade e na área comportamental, reduzindo solidão e isolamento, melhorando comportamentos sociais e habilidades e levando a uma maior prática de exercícios.
A arteterapia no Brasil
No Brasil, a Portaria nº 849 de 25 de março de 2017 reconhece e insere a arteterapia como uma das PICS – Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. Assim, a modalidade está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e nos planos de saúde particulares.
As chamadas “PICs”, por sua vez, são abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, complementando (sem substituir) os tratamentos tradicionais.
Já a atividade dos arteterapeutas é definida pela União Brasileira de Associações de Arteterapia (UBAAT), fundada em 2006 e responsável pelo código de ética da categoria.
Para que o profissional seja reconhecido como arteterapeuta, é necessário cursar uma formação ou especialização que possua o currículo e a carga horária mínimos estabelecidos pela entidade. Até o ano de 2023, um levantamento feito pela organização apontou 61 cursos de formação livre e de especialização alinhados às exigências do MEC e que seguem o padrão exigido pela UBAAT.
O Projeto de Lei 3416/2015, que regulamenta a profissão de arteterapeuta, atualmente aguarda apreciação pelo Senado Federal.