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Bem-estar na empresa é tão essencial quanto o salário, mostra pesquisa

Levantamento reforça que empresas precisam considerar a saúde física e mental dos funcionários

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 17 nov 2022, 15h08 - Publicado em 17 nov 2022, 12h34
burnout
Dos brasileiros entrevistados, 29% não acreditam que a empresa coloque a saúde física e mental dos funcionários como prioridade.  (Foto: Brooke Cagle/Unsplash/Divulgação)
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Uma pesquisa global que ouviu 9 mil trabalhadores em nove países constatou que o bem-estar é pré-requisito para fazer parte ou se manter em uma empresa. O levantamento foi feito pela Gympass, especializada em soluções de bem-estar corporativo.

Para ter ideia, 83% dos entrevistados relataram que o bem-estar é um pilar tão relevante quanto a renda mensal. “O salário é muito importante, e o fato das pessoas quase o igualarem à qualidade de vida foi surpreendente”, comenta Priscila Siqueira, líder do Gympass no Brasil. Foram ouvidas pessoas de todos os gêneros, idades e posições sociais.

Depois do salário, os benefícios relacionados ao bem-estar são o segundo item mais relevante ao considerar uma vaga de trabalho. Inclusive, 75% dos participantes só cogitam mudar de emprego se surgir oportunidade em uma empresa que valoriza esse tema.

Para Priscila, a pandemia do coronavírus evidenciou essa necessidade e colocou à prova como as empresas cuidam da saúde de seus empregados.

“Muitas vezes a pessoa tem a consciência de que precisa cuidar do corpo e da mente, mas tem um líder desalinhado com a essa ideia, que impõe metas inalcançáveis. Por isso, a corporação toda precisa fazer parte desse movimento”, observa.

Segundo o estudo, pouca gente se diz feliz no momento. Dos entrevistados, 60% sentem-se desconectados do trabalho, e 48% relataram que esse sentimento piorou ao longo deste ano.

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+ Leia também: Como mudou (e ainda vai mudar) nossa relação com o trabalho

A visão brasileira

A pesquisa ouviu trabalhadores do Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, México, Argentina, Chile, Espanha, Alemanha e Itália.

Por aqui, as opiniões são semelhantes às coletadas em outras nações. Os brasileiros também colocam o bem-estar como um fator equivalente ao salário, mas reclamam menos do momento atual. Apenas 22% afirmam estarem infelizes com a sua ocupação hoje.

Vale destacar que 29% não acreditam na preocupação legítima da empresa com o tema do bem-estar. “Nem toda companhia entendeu que funcionários felizes e saudáveis são mais produtivos. Quem faz atividade física regularmente, por  exemplo, apresenta mais chance de ter um melhor desempenho no trabalho”, pontua Priscila.

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Para mudar esse cenário, segundo a representante da Gympass, é preciso investir em programas de bem-estar e manter os ouvidos abertos ao longo do processo.

“Além disso, é necessário acompanhar o indivíduo ao longo do ano. Não adianta fazer uma palestra de vez em quando”, defende.

Custo da pandemia

O levantamento da Gympass se soma a outros números alarmantes sobre o mundo corporativo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade, o que custa à economia global quase 1 trilhão de dólares.

Não à toa, o burnout entrou para lista oficial da OMS. Esse é o nome da síndrome que define um quadro de estresse crônico por causa do trabalho.

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A exaustão e a preocupação constante, sintomas relacionados a essa síndrome, foram os mais relatados por brasileiros em uma outra pesquisa feita no início deste ano, dessa vez pela ZenKlub, empresa que oferece soluções corporativas de bem-estar.

Em levantamento da Wellz, solução de saúde mental do Gympass, 43% das pessoas indicaram que a sobrecarga de trabalho é o principal fator de impacto negativo na saúde mental no ambiente corporativo. Mais da metade (54%) revelou que já sofreu algum transtorno de saúde mental, e 63% afirmaram não ter recebido apoio da liderança para lidar com isso.

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