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Zika não aumentou a venda de contraceptivos no Brasil

Pesquisa aponta que a epidemia dessa infecção, capaz de afetar os fetos, não teve impacto no mercado de anticoncepcionais

Por Karolina Bergamo
Atualizado em 22 fev 2017, 11h26 - Publicado em 13 jan 2017, 12h41

Desde que foi descoberta a relação entre o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, e os casos de microcefalia, a recomendação oficial é de que, dentro do possível, mulheres adiem os planos de engravidar e que gestantes evitem regiões com surtos da doença. Em 2016, foram notificados 210 897 casos de zika, segundo o Ministério da Saúde — sendo que 10 608 acometeram grávidas.

Leia mais: Entrevista sobre anticoncepcionais e planejamento familiar

Diante disso, era de se esperar um aumento no uso de métodos contraceptivos. E foi essa a hipótese testada por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, em um trabalho recente. Eis que, depois de observar a quantidade comercializada entre a indústria farmacêutica e o setor público, além de analisar os números de pontos de venda, eles concluíram que não houve um aumento na procura.

Atenção: como o estudo não avaliou diretamente os usuários, é impossível saber se mesmo as unidades vendidas chegaram até as mulheres e se elas as utilizaram.

Os contraceptivos testados no levantamento foram divididos em quatro grupos:

1. Orais (pílula), adesivos hormonais e anéis vaginais
2. Anticoncepcionais injetáveis, tanto os de aplicação mensal quanto trimestral
3. Pílula do dia seguinte, para casos de emergência
4. Métodos reversíveis de longa duração, como o DIU (de cobre ou hormonal) e o implante hormonal

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O primeiro grupo é de longe o mais empregado pelas brasileiras. Mas também é o com maior índice de falhas, já que depende da disciplina das usuárias para funcionar bem — e isso não acontece com frequência por aqui.

Os autores chamam atenção para o fato de que os dados talvez não reflitam uma falta de interesse das mulheres pelos métodos, mas sim uma dificuldade em ter acesso a eles. “Para conseguir uma cartela de pílula nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), por exemplo, antes é preciso esperar três ou quatro meses por uma consulta médica. E comprar o medicamento nas drogarias é uma impossibilidade para muitas”, disse, em entrevista à Agência Fapesp, o coordenador da pesquisa, Luis Guillermo Bahamondes.

Leia mais: Gravidez não planejada: por que os números não param de subir?

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A luta contra o vírus da zika envolve não somente o controle do mosquito transmissor, que, aliás, também pode infectar as pessoas com dengue e chikungunya. É importante tomar providências para evitar que ele entre em contato com grávidas. Nesse caso, uma alternativa pragmática é realmente postergar a gestação até que a epidemia abrande ou, por exemplo, uma vacina apareça.

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