Urocultura: o que é e quais doenças o exame detecta
Exame de urina é um aliado no diagnóstico de infecções e é obrigatório no pré-natal
Popularmente conhecida como exame de urina, a urocultura (ou urinocultura) é parte importante do arsenal da saúde para detectar infecções no trato urinário (ITUs). Como a região perianal e genital é naturalmente habitada por bactérias, um desequilíbrio na área faz com que as ITUs sejam muito comuns.
A infecção mais comum é a cistite, mas a urocultura também é capaz de diagnosticar a pielonefrite, quando a infecção alcança os rins, provocando febre e dor no local; e a uretrite, inflamação na uretra. Uma das bactérias mais comuns na urina é Escherichia coli.
As mulheres são as mais afetadas pelas ITUs devido à questão anatômica: sua uretra é mais curta, o que deixa o ânus mais próximo e favorece a entrada de micróbios. A queda do estrógeno na menopausa e as oscilações hormonais também as torna mais suscetíveis.
Estima-se que metade das mulheres tem ao menos um episódio de infecção urinária ao longo da vida, com a urocultura sendo indicada para confirmar a suspeita clínica. Embora menos comum em homens, eles também podem sofrer com o problema, especialmente após os 50 anos.
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Urocultura com antibiograma
Além de identificar o tipo de bactéria, uma urocultura com antibiograma também indica a sensibilidade ou resistência do microrganismo a antibióticos, tornando o tratamento mais efetivo e evitando a resistência bacteriana, um problema global de saúde.
Trata-se de um exame muito simples. Em geral, o próprio paciente coleta a urina no laboratório ou clínica, após fazer a higiene local e desprezar o primeiro jato. A amostra é cultivada em um meio propício para as bactérias se desenvolverem, o que permite a detecção das colônias após 48 a 72 horas de incubação.
O teste é essencial durante o pré-natal, principalmente no segundo e terceiro trimestre, pois as infecções urinárias podem ocasionar um parto prematuro.
Urocultura x EAS
Existem dois tipos mais comuns de exame de urina: a urocultura e o exame de urina tipo 1 ou EAS, sigla para Elementos Anormais de Sedimento. Enquanto a urocultura permite detectar microrganismos presentes na urina, o EAS apura as características físicas (cor, densidade, pH) e químicas, tais como:
- hemácias
- leucócitos
- proteínas
- glicose
- cetonas
- nitritos
- cristais
- células epiteliais e cilindros
- urobilinogênio e bilirrubina
A análise das características físicas e químicas da urina pelo EAS servem no diagnóstico de uma série de doenças. O pH, que deve oscilar entre 5 e 8, pode indicar descontrole do diabetes, insuficiência renal, sobrecarga nos rins etc. A densidade, por sua vez, aponta desidratação. Os outros elementos ajudam a monitorar problemas renais e metabólicos como auxiliares no diagnóstico.