Um problema que afeta demais a saúde bucal brasileira
Levantamento indica a falta de acesso a dentistas como uma das principais ameaças aos dentes no país
Apesar de estar dentro da meta estipulada pela Organização Mundial da Saúde para o índice de dentes cariados, perdidos ou obturados na população, o Brasil ainda tem um baita desafio a superar nesse quesito. É que, segundo uma pesquisa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em São Paulo, quem não adere a um plano odontológico está mais propenso a descuidar da higiene da boca e de suas respectivas consequências.
O trabalho tem como base dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde. Ao todo, os questionários de 50 692 voluntários foram considerados. Deles, somente 18,5% bancaram um seguro voltado para a saúde bucal.
Aí que está: 4,2% das pessoas que não contrataram o serviço afirmaram escovar os dentes só uma vez por dia. É praticamente o dobro do registrado na turma que investe mais no sorriso (2,4%). Outra discrepância que chama a atenção está relacionada à perda total dos dentes, dez vezes maior entre os não-beneficiários.
Eles também levaram a pior na quantidade de casos de problemas na gengiva, dor de dente e feridas na boca. Em ambos os grupos, 0,1% dos respondentes afirmaram nunca escovar os dentes.
De modo geral, limpeza, revisão, manutenção e prevenção lideram o ranking das motivações citadas para visitar o dentista. Por outro lado, pouca informação e o tempo de espera por atendimento na rede pública afastam os brasileiros desse profissional.
A avaliação das consultas oferecidas por convênios é boa ou muito boa para 90% dos entrevistados. “Isso significa que a questão não é qualificação desses profissionais, mas a falta de acesso a eles”, declarou, em comunicado à imprensa, o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro. Mas isso não é desculpa para deixar de lado a escovação e o fio dental depois de cada refeição, combinado?