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A longa evolução dos aparelhos ortodônticos

Dentista resume a história da ortodontia e aborda os mais recentes avanços na área — até a chegada dos aparelhos invisíveis

Por Dra. Thaís Sampaio, cirurgiã-dentista*
2 abr 2019, 13h47
Aparelho para o dente ortodontico
Os aparelhos ortodônticos evoluíram demais nas últimas décadas (Foto: PHOTODISC/SAÚDE é Vital)
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Apesar de parecer um comportamento relativamente recente, a preocupação em alinhar os dentes e melhorar o sorriso é muito antiga. Registros arqueológicos mostram que as primeiras tentativas de se fazer um aparelho dental datam da civilização grega. No Egito, em 1992, pesquisadores ingleses encontraram uma múmia com os dentes presos a uma tira de metal.

Mas só foi no século 18 que o francês Pierre Fauchard desenvolveu o que seria o primeiro alinhador para fins corretivos. No formato de ferradura, o aparelho era feito com metal duro e uma tira extensora. Servia para expandir a arcada dentária e dar espaço para os chamados “dentes encavalados”.

Em 1819, outro francês, Gaston Delebarre, inventou os fios metálicos que prendem os dentes, método usado até os nossos dias. E foi em 1841 que um conterrâneo deles, Joachim Lefoulon, cunhou o termo “ortodontia“, o ramo especializado no realinhamento dos dentes visando tanto a estética como a saúde bucal.

Após inúmeras adaptações e avanços, em 1915 o americano Edward Angle, considerado o pai da ortodontia moderna, criou os braquetes, aquelas pecinhas de metal que ficam acopladas aos dentes. Mas só 35 anos depois é que os braquetes de aço se tornaram populares. Em 1975, por sua vez, surgiam os primeiros adesivos com a promessa de colar essas estruturas aos dentes, em vez de soldá-las à boca — bem mais fácil, não?

Agora, a grande revolução no mercado ortodôntico começou nos anos 2000 com o desenvolvimento dos aparelhos transparentes. Unindo estética e eficiência, as empresas começaram a investir na elaboração e comercialização de alinhadores transparentes produzidos com a tecnologia da impressão 3D. Graças a ela, os aparelhos são projetados para caber exatamente sobre os dentes da pessoa.

O primeiro passo do processo é um escaneamento da boca do paciente para que se crie um molde dentário exclusivo. A confecção do aparelho segue, portanto, esse modelo individualizado.

Devido à aparência discreta do dispositivo, muita gente o busca e chega ao consultório com dúvidas a respeito de sua eficácia. Uma das principais é que o material da placa, embora resistente, pode se mover nos dentes por cerca de 0,5 milímetro. A desconfiança, porém, é fruto de desconhecimento. As pessoas não foram educadas para entender que o aparelho ortodôntico não precisa ser algo feio, doloroso e que exige uma rotina burocrática de cuidados.

É importante pontuar que os alinhadores transparentes entregam resultados iguais aos aparelhos convencionais. Com o diferencial de ser um tratamento mais rápido e que não impõe interferências na aparência.

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É claro que, por mais que os aparelhos ultramodernos prometam invisibilidade, não existe mágica. Os modelos transparentes têm uma superfície plástica difícil, mas não impossível, de detectar — em geral, os dentes podem até parecer mais brilhantes, o que não é necessariamente um problema.

Outra dúvida comum é a do tempo médio de uso dos alinhadores transparentes. Como em todo procedimento estético e clínico, cada caso é um caso. Mas a média de duração gira em torno de oito meses.

Com um período tão breve e as já anunciadas vantagens estéticas, a desconfiança do consumidor costuma recair sobre o preço. Novamente: o valor varia de acordo com o paciente. No entanto, é possível afirmar que, levando em consideração a duração do tratamento, hoje o custo/benefício já se mostra bem mais atrativo.

* Dra. Thaís Sampaio é cirurgiã-dentista e especialista em ortodontia da Smilink, healthtech do setor odontológico 

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