Ultrassom para tratar Parkinson
Terapia já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda aguarda uso no país
Um novo aparelho, baseado nas tecnologias de ultrassom e ressonância magnética, promete amenizar de maneira menos invasiva os tremores do Parkinson.
É o Exablate Neuro, trazido ao Brasil pela Strattner. Ele foi aprovado pela Anvisa em 2021, mas ainda não está disponível em clínicas e hospitais.
Em uma sessão, os sintomas são controlados em até 85% dos casos, segundo o fabricante. “Além disso, temos dados mostrando que o efeito permanece depois de cinco anos”, diz Felipe Strattner, diretor de estratégia da empresa.
“Há vantagens, como o fato de ser menos invasivo e, portanto, trazer menos complicações, mas também desvantagens, como um controle um pouco menor que o oferecido pela cirurgia, procedimento em que conseguimos interferir na área-alvo para saber se estamos no caminho certo”, comenta o neurologista José Francisco, do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
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Cerca de 130 centros médicos pelo mundo já adotaram o aparelho.
Como funciona
1. Preparação: O paciente deita em uma maca e veste um capacete revestido de uma membrana cheia de água gaseificada.
2. Ajuste de mira: A ressonância magnética mapeia com precisão a área do cérebro a ser atingida pelo tratamento.
3. Disparo: Em outra sala, o médico ativa o capacete, que dispara 1 024 feixes direcionados de ultrassom.
4. Desativação: As ondas aquecem o ponto desejado, silenciando o local que não está funcionando muito bem.