Tireoidite de Hashimoto: a principal causa de hipotireoidismo
Os sintomas, as causas, o diagnóstico, o tratamento. Saiba o que é a tireoidite de Hashimoto e como lidar com ela
A tireoidite de Hashimoto é a causa mais frequente de hipotireoidismo – que é a queda ou ausência de produção de hormônios pela glândula tireoide. Ela é provocada pela geração de anticorpos que agridem a própria glândula, ou seja, é uma doença autoimune.
O quadro ocorre mais no sexo feminino, mas não é exclusivo das mulheres e possui forte componente hereditário. Se você tem a mãe ou o pai com hipotireoidismo provocado pela tireoidite de Hashimoto, fique atento.
Quais são os sintomas da tireoidite de Hashimoto?
São os clássicos do hipotireoidismo: ganho de peso, queda de cabelos, pele seca, falta de energia, sonolência excessiva, mudanças no humor como depressão, alterações menstruais, diminuição do hábito intestinal, queda da frequência cardíaca e da libido… São muitos os possíveis sintomas.
Como é feito o diagnóstico?
Pela dosagem dos anticorpos anti-tireoide e dos hormônios tireoidianos. Um exame de ultrassom pode evidenciar as lesões provocadas pelos anticorpos.
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Como é o tratamento?
Via de regra, com a reposição da levotiroxina, que é o hormônio da tireoide, administrada sempre em jejum. Mas, hoje, existe um exagero no tratamento da tireoide de Hashimoto, pois administra-se hormônio sem os níveis dos hormônios estarem alterados.
Em pessoas que tem os anticorpos elevados, mas não estão usando o hormônio da tireoide, o ideal é evitar suplementos a base de iodo, ou exagerar na ingestão de alimentos riquíssimos nessa substância, como algas marinhas. Isso porque o iodo em altas doses pode suprimir a produção de hormônios tireoidianos ou aumentar a inflamação da glândula.
O tratamento é para sempre, e as dosagens dos hormônios devem ser periódicas para ajustar a posologia do medicamento. Importante lembrar que, quando você for fazer dosagem dos hormônios da tireoide, é importante evitar por uma semana antes da coleta o uso de biotina – que está frequentemente presente nos polivitamínicos e em tratamento capilares. Isso para evitar diagnóstico errôneo.
Sempre procure um médico especializado, se possível um endocrinologista, para fazer o tratamento correto.
*Maurício Hirata é Head Nacional de Endocrinologia da Brazil Health, membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital Sírio Libanês, integrante da Endocrine Society, da American Association of Clinical Endocrinology e da European Society of Endocrinology.
(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)