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Subvariante do coronavírus JN 2.5: como surge uma nova cepa e o que saber

O que a ciência começa a desvendar sobre essa nova linhagem causadora da Covid-19 (e o que ainda está em debate)

Por Caio Júlio César dos Santos Fernandes, pneumologista*
Atualizado em 7 fev 2024, 11h45 - Publicado em 7 fev 2024, 09h31
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A subvariante JN 2.5 chegou faz pouco no Brasil. (Foto: Veja Saúde/Veja Saúde)
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Recentemente, foi identificada pela primeira vez no Brasil a presença de uma nova variante do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19. Essa nova cepa se chama JN 2.5, e já havia sido identificada em outros países, particularmente Estados Unidos e Canadá. Mas como surge uma nova subvariante do coronavírus?

Como todos os vírus, o Sars-CoV-2 não consegue se replicar sozinho. Ele precisa usar as células do paciente para conseguir se dividir e contaminar outras pessoas.

Quanto maior a capacidade de invadir as células e de colocá-las para trabalhar favorecendo a sua replicação, mais eficiente é o vírus em contaminar outras pessoas. E o Sars-CoV-2 é particularmente eficiente nesse quesito, graças também à presença de uma proteína na sua superfície chamada spike (é como se fosse um gancho que permite que o vírus entre nas células facilmente).

+Leia também: O retorno das vacinas monovalentes contra a Covid-19

Só que uma célula parasitada por um vírus eventualmente produz versões desse agente infeccioso com “defeitos”, digamos assim. Às vezes, esses defeitos podem gerar proteínas ineficientes.

Porém, em algumas oportunidades, os defeitos são, na verdade, virtudes que melhoram a proteína original. Isso aconteceu com a variante Ômicron do Sars-CoV-2, ao expressar em sua superfície uma proteína Spike mais eficiente em invadir as células do que a original (um “super-gancho”).

A variante Ômicron do coronavírus surgiu em 2022, levando a um grande aumento no número de casos de Covid-19. Assim, várias células foram contaminadas, várias proteínas virais foram sintetizadas – e algumas foram “melhoradas” com a produção tão intensa e acelerada.

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Surge, então, a variante do vírus JN.1, hoje a variante que predomina nas infecções no mundo. Mais recentemente, foi identificada uma variante diferente, com proteínas diferentes na sua superfície, que os cientistas denominaram de JN 2.5 – essa que emergiu recentemente no Brasil.

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O vírus JN 2.5 da Covid-19 causa sintomas diferentes?

Ainda precisamos de mais informações para conclusões definitivas, mas podemos afirmar alguns fatos. Primeiro: todas as cepas do Sars-CoV-2 identificadas cursam com sintomas respiratórios em sua predominância.

Logo, provavelmente a doença causada pela JN 2.5 deve seguir o mesmo padrão: tosse, falta de ar, mal-estar e, em casos mais graves (felizmente, mais raros), febre e insuficiência respiratória aguda.

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Nos casos descritos até hoje foi isso que ocorreu. Além disso, o JN 2.5 é uma variante do JN.1, que por sua vez é uma variante da Ômicron, e a nossa vacina atual protege contra a cepa Ômicron. Assim é possível que, com a atual vacina, os pacientes também estejam protegidos contra as formas graves da doença causadas pela variante JN 2.5.

E, da mesma forma que as outras cepas de Sars-CoV-2, há uma população de risco mais vulnerável à infecção pela JN 2.5: imunossuprimidos, idosos, obesos, cardiopatas e portadores de outras doenças crônicas.

+Leia também: Alopecia areata, um tipo de calvície, pode ser uma reação pós-Covid?

Há o risco de a subvariante JN 2.5 ser pior que as outras do coronavírus?

Esse risco teórico existe, mas não há qualquer evidência concreta nesse sentido. O que cepa faz é nos relembrar que a Covid-19 não acabou, e medidas preventivas precisam ser reforçadas.

Isso significa fazer uma higiene das mãos apurada, evitar espirrar ou tossir em outras pessoas, usar máscaras se tiver sintomas respiratórios, evitar aglomerações, promover boa circulação de ar em ambientes fechados e ter atenção especial à população mais vulnerável.

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Além disso, a presença da JN 2.5 reforça o papel da vacinação, fundamental para a prevenção da Covid-19 e de suas formas mais graves. Atualizar o esquema vacinal pode ser uma boa estratégia para prevenir a disseminação de JN 2.5 e de eventuais cepas futuras.

*Caio Júlio César dos Santos Fernandes é pneumologista do Núcleo de Doenças Pulmonares e Torácicas do Hospital Sírio-Libanês e médico assistente do Grupo de Circulação Pulmonar da Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Também é médico assistente do Instituto do Câncer (Icesp) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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(Logo: Brazil Health/Reprodução)
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