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Radar da saúde: Prêmio Nobel celebra a era do RNA na medicina

Láurea deste ano foi dada a cientistas que descobriram os microRNAs, moléculas que regulam a expressão dos genes. Veja este e outros destaques da redação

Por Diogo Sponchiato
15 nov 2024, 08h00
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Chave da vida: microRNAs ocorrem tanto em vermes minúsculos como em seres complexos como a gente (Ilustração: Pedro Costa/Veja Saúde)
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Quem professava que o DNA estava na base da (nossa) vida certamente teve de rever essa afirmação. É que o RNA — ou melhor, os RNAs — também cumpre papéis cruciais para o desenvolvimento e a manutenção do corpo humano.

A bem da verdade, sem eles, quase nada sobreviveria, dos vírus à nossa espécie.

No ano passado, o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina foi dado aos pesquisadores que, a partir da compreensão do RNA mensageiro, abriram as portas para as vacinas que nos salvaram da pandemia de covid-19.

Em 2024, a distinção vai para os americanos Gary Ruvkun e Victor Ambros pela descoberta dos microRNAs, pequenas moléculas que atuam na regulação dos genes — algo que acontece tanto em vermes minúsculos como em mamíferos como a gente.

Seus achados ainda trazem a perspectiva de criarmos formas inéditas de rastreamento e tratamento de doenças.

LEIA TAMBÉM: Descoberta que rendeu o Nobel esclarece mecanismo fundamental da própria vida

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(Ilustração: Pedro Costa/Veja Saúde)

Passado: 90 anos do teste de gravidez pela urina

A bioquímica austríaca e judia Regina Kapeller-Adler entrou para a história em 1934 ao desenvolver um exame capaz de anunciar ainda mais cedo a gestação. Sua sacada foi utilizar como dedo-duro uma substância chamada histidina, que pode ser mensurada na urina. Com o método, inaugurou–se uma nova era para os testes de gravidez vendidos em farmácias.

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(Ilustração: Pedro Costa/Veja Saúde)

Futuro: cães podem ajudar vítimas de traumas

Um experimento-piloto no Canadá demonstrou que cachorros treinados conseguem reconhecer, pela respiração dos humanos, sinais de transtorno do estresse pós-traumático, auxiliando o indivíduo e seu entorno a tomarem providências antes de a pessoa entrar numa crise de pânico, por exemplo. Mais um serviço do melhor amigo do homem.

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(Ilustração: Pedro Costa/Veja Saúde)

Um lugar: surto de febre hemorrágica em Ruanda

Cidadãos desse país africano foram atingidos pelo vírus Marburg, patógeno altamente letal com características próximas às do ebola. Embora os ataques sejam raros pelo mundo, a eclosão deixou as autoridades em alerta — até porque um caso suspeito foi noticiado na Alemanha. Medidas de vigilância e contenção seguem de pé.

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(Ilustração: Pedro Costa/Veja Saúde)

Um dado: enxaqueca custa 800 bilhões de reais ao Brasil

Uma análise encomendada pela Federação Latino-Americana da Indústria Farmacêutica (Fifarma) com dados de oito nações da região aponta que o prejuízo socioeconômico desse tipo de dor de cabeça beira 143 bilhões de dólares em nosso país. Custos com tratamento e abalos na produtividade e na qualidade de vida respondem pelas cifras na lua.

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(Ilustração: Pedro Costa/Veja Saúde)

Uma frase: Tricia Hersey

“Desde muito jovens, iniciamos o longo processo de nos desligarmos da necessidade de descanso do corpo e somos elogiados quando trabalhamos até a exaustão. Dizemos aos filhos que ‘parem de ser preguiçosos’ quando não participam da cultura da produtividade com a mesma intensidade que nós (…) Acreditamos que devemos apenas sobreviver, e não prosperar (…) O descanso é o processo inicial de desfazer o trauma, para que possamos evoluir de volta ao nosso estado natural: um estado de tranquilidade e relaxamento.”

Tricia Hersey, artista, teóloga e líder comunitária, no livro Descansar É Resistir (Fontanar)

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