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Radar da saúde: Nobel de Medicina celebra vacinas da Covid-19

Nova geração de imunizantes, baseada em tecnologia de RNA, só se tornou realidade após décadas de estudos de dois pesquisadores

Por Diogo Sponchiato
20 nov 2023, 10h12
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Dois cientistas foram laureados no Nobel por sua contribuição no desenvolvimento da vacina à base de RNA mensageiro (Ilustração: PriWi/SAÚDE é Vital)
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A húngara Katalin Karikó e o americano Drew Weissman fizeram história ao ajudar a salvar milhões e milhões de vidas na pandemia.

Graças às suas descobertas em laboratório, fruto de anos de trabalho (por vezes desacreditado na academia), foi possível desenvolver as vacinas de RNA mensageiro, essenciais para a contenção e prevenção da Covid-19.

A dupla, atuando na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, desvendou um jeito de introduzir RNAs específicos — pequenas partículas que dão instruções genéticas às células — sem causar reações indesejáveis no organismo.

O método foi utilizado para criar os primeiros imunizantes desse tipo, decisivos no controle da crise sanitária, e abriram uma avenida para novas vacinas e terapias contra doenças como o câncer. Um feito reconhecido pelo comitê do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina neste ano. Ciência que emociona!

Passado: 200 anos do The Lancet

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(Ilustração: PriWi/SAÚDE é Vital)

Em 5 de outubro de 1823, o cirurgião inglês Thomas Wakley fundou o The Lancet, um dos periódicos médicos mais longevos e respeitados ainda hoje.

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O título faz referência à lanceta, instrumento que era utilizado à época em procedimentos como sangrias. O jornal britânico acompanhou os mais notáveis avanços na área e hoje, com uma gama de publicações, aborda os principais desafios de saúde pública.

Futuro: flagra do Parkinson pelo olho

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(Ilustração: PriWi/SAÚDE é Vital)

Cientistas do University College London, no Reino Unido, acabam de comprovar que o escaneamento do globo ocular, mirando alterações na retina, auxiliaria a detectar a doença de Parkinson até sete anos antes de sintomas, como enrijecimento e tremores involuntários.

A revelação descortina a possibilidade de utilizar outros meios para realizar o diagnóstico precoce da condição.

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+ Leia também: Doença de Parkinson pode ser detectada precocemente por smartwatches

Um lugar: na Amazônia, o DNA indígena foi moldado pela doença de Chagas

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(Ilustração: PriWi/SAÚDE é Vital)

A convivência secular com a doença de Chagas, moléstia causada por um parasita transmitido por insetos como o barbeiro exerceu uma pressão seletiva nos povos originários do atual norte do Brasil a ponto de interferir em seus genes.

Foi o que desvendou uma equipe da USP, apontando para uma modificação no DNA que conferiu maior resistência dessas pessoas à doença.     

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Um dado: 80% dos pacientes de transplante capilar têm queda de cabelo genética

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(Ilustração: PriWi/SAÚDE é Vital)

É o que indica um levantamento da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar, que ainda estima em 6 mil o número de procedimentos do gênero realizados no país só em 2022.

A maioria dos beneficiados sofria de queda por razões genéticas. As técnicas de transplante capilar evoluíram bastante e hoje oferecem um pós-operatório mais tranquilo.

Uma frase: Boris Groys

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(Ilustração: PriWi/SAÚDE é Vital)
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“A decisão de uma pessoa saudável de ignorar todos os conselhos razoáveis e assumir o risco de morte é admirada por nossa sociedade. Supõe-se que os doentes devem escolher a vida, mas os saudáveis são acolhidos ao escolher a morte. Numa guerra, isso fica óbvio. Mas também admiramos o esforço intenso de trabalho que pode prejudicar a saúde do trabalhador. E admiramos os praticantes de esportes e aventuras que podem levar à morte (…) Aquilo que é favorável ao corpo simbólico pode arruinar o corpo físico. Aprimorar o status social (…) muitas vezes significa um investimento de energia em algo que arruína nossa saúde.”

Boris Groys, filósofo alemão, no livro Filosofia do Cuidado (Âyiné)

Filosofia do cuidado

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