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Qual a melhor forma de conscientização sobre HIV e outras ISTs?

Às vésperas do carnaval, pesquisa investiga quais tipos de estratégias funcionam melhor no contexto das campanhas de saúde

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 fev 2025, 10h13 - Publicado em 13 fev 2025, 09h14
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Campanha do Ministério da Saúde sobre prevenção de ISTs (Ministério da Saúde/Divulgação)
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Com a proximidade do Carnaval, o Ministério da Saúde costuma colocar no ar ações que enfatizam a importância da prevenção do HIV e de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

A campanha deste ano da pasta, cujo mote ainda não foi revelado, deve ir ao ar nos próximos dias. Mas afinal, o quão efetivas são essas iniciativas?

Um levantamento realizado pela Minds & Hearts, empresa do grupo de pesquisa HSR, investigou a percepção pública sobre a prevenção ao HIV no contexto do Carnaval. A análise consultou mais de 670 pessoas, de diferentes faixas etárias, e de todas as regiões do país.

Quando questionados, 95% dos entrevistados afirmaram acreditar que a festa aumenta os riscos de exposição ao vírus. Contudo, menos da metade dos participantes (45%) chegou a presenciar medidas educativas durante a folia. Ao todo, apenas 46% dos participantes consideram que o tema é suficientemente abordado em campanhas.

O médico infectologista Rico Vasconcelos, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), avalia que a qualidade das ações tenha oscilado ao longo dos últimos anos.

“Há períodos em que temos campanhas mais bem feitas e inteligentes. Consigo me lembrar de algumas super espertas, que foram além do incentivo ao uso de camisinha, tentando apontar como a homofobia pode impactar na prevenção e na incidência de HIV, por exemplo. E houve momentos em que tivemos projetos menos elaborados ou ruins”, pontua Vasconcelos.

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Desafios

As campanhas de conscientização são estratégias fundamentais para a saúde pública. Contudo, a comunicação nessa área não é uma tarefa tão simples. Mirar a população de maneira certeira, de modo a promover mudanças de comportamento, é um baita desafio.

Como bons exemplos, podemos citar as propagandas explicando como eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, Zika e chikungunya. Ou a criação do personagem Zé Gotinha, que teve papel fundamental na conscientização popular sobre a importância das vacinas.

No passado, contávamos com apoios como folhetos, rádio e TV. Com o avanço tecnológico, o surgimento da internet e a popularização das redes sociais, estão disponíveis recursos ainda mais poderosos para atingir o público. Mas nem tudo são flores…

As diversas possibilidades de comunicação ainda esbarram em um problema pontual: a linguagem. Então, como aproveitar ao máximo os inúmeros artifícios virtuais para engajar a população e promover cuidados de saúde?

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Bom, o levantamento também buscou saber quais tipos de estratégias funcionam melhor nesse contexto. Os entrevistados indicaram uma preferência por ações interativas que abordem o tema de forma clara e direta, presença ativa nas redes sociais e distribuição de preservativos.

“É inegável que ter o insumo disponível é algo muito útil. Ter a camisinha na mão porque está sendo distribuída ali é fundamental. A pessoa pega, põe no bolso e depois ela pensa no que vai fazer”, diz o médico.

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Campanhas de conscientização devem ir além do incentivo ao uso de preservativos (Rodrigo Nunes/MS/Divulgação)

Materiais audiovisuais foram apontados como eficazes para disseminar informações essenciais. Além disso, sugeriu-se que as iniciativas incentivem a troca de informações e opiniões como rodas de conversa sobre o tema.

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O infectologista Rico Vasconcelos defende a utilização de métodos de marketing digital para a amplificação das campanhas.

“A mídia social é uma das janelas através das quais as pessoas olham para o mundo. Da mesma maneira que o marketing digital pretende vender cerveja, por exemplo, é possível emplacar uma ideia, transmitindo o conceito de prevenção, testagem e tratamento de ISTs, usando os mesmos métodos”, enfatiza.

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Vasconcelos sugere ainda a realização de ações que atinjam grandes audiências, como inserções em programas de televisão, como o Big Brother Brasil (BBB 25), e durante os desfiles de escolas de samba.

“Seria um jeito de fazer as campanhas ganharem de novo o brilho que elas tinham, quando eram inteligentes e faziam a gente pensar. Não pode ser apenas aquele velho slogan ‘no carnaval, use camisinha’, porque isso não tem impacto algum”, conclui.

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