“A vacina da gripe confere proteção em cerca de 60 a 70% dos casos”, afirma o pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim). Ou seja, de cada dez pessoas imunizadas na campanha nacional de vacinação, cerca de três ou quatro ainda podem sofrer com a invasão do vírus influenza.
Mas a verdade é que esse número varia um pouco de acordo com características do vírus que está circulando e da pessoa. Começando pelo influenza em si, seus diferentes subtipos – H1N1, H3N2 etc – sofrem mutações constantes e passeiam ao redor do mundo em diferentes concentrações.
As entidades internacionais e do Brasil tentam antever essas mudanças todo ano para confeccionarem vacinas que de fato protejam contra os agentes infecciosos mais presentes na área a cada ano. No entanto, é possível que alguma modalidade do vírus sofra uma mutação que o torne mais resistente ao imunizante da ocasião. Aí a eficácia cai um pouco e mortalidade também muda.
Por outro lado, se as autoridades acertam em cheio, essa eficiência pode até ficar acima da média.
Os grupos de risco e a eficiência da vacina
Alguns indivíduos têm dificuldade um pouco maior de produzir anticorpos contra o influenza mesmo após receberem a injeção. Estamos falando daqueles que, por um motivo ou outro, possuem um sistema imunológico mais frágil.
Exemplos: crianças (que ainda estão desenvolvendo suas células de defesa), idosos e pessoas com qualquer doença que abala consideravelmente o sistema imunológico. Essas turmas, aliás, são as que mais sofrem complicações da gripe – não por coincidência, integram a população-alvo da campanha de vacinação.
“Agora, mesmo que a pessoa desenvolva um quadro gripal, ele muito provavelmente será menos grave do que se ela não tivesse se vacinado”, ensina Cunha. Ou seja, a imunização afasta o risco de morte e consequências sérias.
As vacinas trivalente e quadrivalente
A injeção oferecida nos postos de saúde protege contra três tipos do influenza: H1N1, H3N2 e influenza do tipo B Victoria. Já os serviços privados também oferecem a quadrivalente, que ainda é voltada contra o tipo B Yamagata.
É claro que, por mirar um inimigo a mais, a segunda opção acaba minimizando mais o risco de gripe em geral. Porém, ela não seria mais eficiente do que a trivalente contra os vírus que essa também contempla.
Dito de outra forma, o imunizante disponível na rede pública também merece ser valorizado.