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Bom de cama? Descubra como o sono interfere na vida sexual

Distúrbios como apneia e insônia podem derrubar a libido e causar outros problemas que atrapalham a relação

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
27 fev 2025, 16h09
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Médicos brasileiros atualizam consenso sobre diagnóstico e tratamento da insônia, distúrbio do sono prevalente na população brasileira (Phoenixns/Getty Images)
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Os distúrbios do sono, como a insônia, a apneia obstrutiva e a privação crônica de sono, podem impactar a função sexual de diversas maneiras.

A encrenca começa pela fragmentação do sono e a redução do tempo total de descanso, fatores que podem levar à fadiga, o que por si só já reduz o desejo sexual.

Mas tem mais: as noites turbulentas estão associadas ao aumento do estresse e da ansiedade, problemas que também podem prejudicar a excitação e a resposta sexual.

“Outro fator relevante é o impacto sobre a função endócrina, uma vez que hormônios como a testosterona, essenciais para o desejo e desempenho sexual, são modulados pelo ciclo vigília-sono”, explica a biomédica Monica Andersen, diretora de ensino e pesquisa do Instituto do Sono.

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Orquestra hormonal

Evidências científicas indicam que a produção de testosterona segue um ritmo circadiano, atingindo seu pico durante o sono profundo na madrugada.

“Diversos estudos do nosso grupo demonstraram que a privação de sono ou distúrbios que fragmentam o sono, como a apneia, podem reduzir significativamente os níveis desse hormônio e apresentar má qualidade espermática em homens. Essa redução hormonal pode levar a uma diminuição da libido, disfunção erétil e menor vigor físico”, pontua Andersen.

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Além da queda na testosterona, a má qualidade do sono também pode provocar uma elevação nos níveis de cortisol, hormônio associado ao estresse. “Os distúrbios podem estar associados a resistência à insulina e aumento da prolactina, ambos relacionados a disfunções sexuais, incluindo disfunção erétil e dificuldades na excitação”, explica a biomédica.

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E os problemas não estão restritos apenas ao público masculino. Assim como nos homens, as noites inglórias também impactam negativamente a libido feminina.

Estudos sugerem que mulheres com insônia e outros problemas para dormir apresentam maior prevalência de disfunção sexual, incluindo diminuição do desejo, excitação e prazer.

“Alterações hormonais associadas ao sono, como variações nos níveis de estrogênio e progesterona, podem influenciar a lubrificação vaginal e a resposta sexual feminina. A apneia também tem sido relacionada a menor satisfação sexual entre elas, possivelmente devido ao impacto na circulação sanguínea e na regulação neuroendócrina”, detalha Andersen.

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Impactos para a saúde reprodutiva

Um estudo do Instituto do Sono, publicado no periódico F&S Science, acrescenta novas peças a esse quebra-cabeças científico.

A análise demonstra que fatores genéticos ligados à apneia obstrutiva do sono também estão relacionados à disfunção erétil. Os biomarcadores identificados como mediadores entre os dois problemas estavam associados à regulação de processos inflamatórios.

Os resultados sugerem que a inflamação crônica, decorrente de alterações nos padrões de sono, pode impactar diretamente a saúde sexual masculina.

Para os especialistas, a identificação de biomarcadores abre portas para intervenções mais eficazes, integrando a saúde do sono com a sexual e reprodutiva.

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Algumas estratégias para mitigar os efeitos dos distúrbios de sono na vida sexual incluem:

Higiene do sono: manter horários regulares para dormir e acordar, evitar telas antes de dormir e reduzir o consumo de cafeína, substâncias estimulantes.

Tratamento de distúrbios de sono específicos: indivíduos com suspeita de apneia devem buscar avaliação médica e, se necessário, utilizar aparelhos como o aparelho de pressão positiva contínua (CPAP), que demonstrou melhorar os níveis de testosterona e a função sexual.

Redução do estresse: práticas como mindfulness, terapia cognitivo-comportamental para insônia e exercícios físicos podem melhorar a regulação hormonal e reduzir impactos negativos.

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Monitoramento dos níveis hormonais: avaliação de testosterona, estrogênio e prolactina pode ajudar a identificar alterações hormonais associadas ao sono e direcionar possíveis tratamentos.

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