Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Parkinson pode começar no intestino, não no cérebro

Um novo estudo mostra que a microbiota do intestino pode interferir na progressão dos sintomas da doença

Por Ana Carolina Leonardi (da Superinteressante)
Atualizado em 8 Maio 2018, 18h23 - Publicado em 6 dez 2016, 17h50
Alterações das bactérias que vivem no intestino pode ter a ver com o surgimento do Parkinson (Foto: Gustavo Arrais / Ilustração: Isabela Lopes/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Tremores e dificuldade de movimento: os principais sintomas do Parkinson têm tudo a ver com o cérebro. Mas um novo estudo traz indícios de que esse pode ser só o estágio final da doença. Sua verdadeira origem estaria mais profunda, no intestino.

A desconfiança de que os médicos estavam olhando para o lugar errado começou quando uma pesquisa mostrou que, dez anos antes de apresentar sintomas, grande parte dos pacientes com Parkinson tinha um problema bem diferente: prisão de ventre.

O resultado passou por coincidência e a maioria dos experimentos continuou buscando no cérebro a razão da morte de neurônios que afetava tanto a mobilidade dos pacientes.

Um novo estudo feito no Instituto Tecnológico da Califórnia (CalTech) mostrou que as diferentes bactérias que vivem no intestino humano podem ter relação direta com o desenvolvimento do Parkinson.

Os pesquisadores começaram estudando as fibras tóxicas de uma proteína chamada alfa-sinucleína, que se acumulam nos neurônios e causam sintomas de Parkinson em questão de semanas.

Continua após a publicidade

O experimento usou uma série de ratos com DNA idêntico, geneticamente modificados para ter uma tendência maior a produzir essas fibras – não só no cérebro, mas também no intestino.

Leia também: Os sinais prematuros do Parkinson

Os ratos foram divididos em dois grupos, um deles criado em jaulas normais e outro em ambientes esterilizados, sem germes. Os dois grupos se desenvolveram, com a mesma tendência genética, mas o quadro de sintomas motores do primeiro grupo piorou muito mais rápido. Já os ratos do ambiente esterilizado tremiam menos e tinham menos fibras tóxicas no cérebro.

Continua após a publicidade

Na segunda etapa do estudo, os cientistas separaram os ratos das jaulas especiais e injetaram a microbiota de seres humanos com Parkinson. Em algumas semanas, os problemas motores dos roedores foram ficando piores.

Leia também: Probióticos podem melhorar a memória de pacientes com Alzheimer

Em outros ratos do ambiente estéril, a microbiota injetada foi de humanos saudáveis – e a doença não avançou.

Continua após a publicidade

Os cientistas ainda não são capazes de afirmar que é exatamente isso que acontece com o corpo humano, mas eles estão confiantes que as bactérias do intestino regulam de alguma forma a ação do mal de Parkinson.

Uma das teorias é que certos tipos de microbiota levam o cérebro a exagerar na produção de alfa-sinucleína. O próximo passo dos pesquisadores vai ser comparar as bactérias intestinais de uma série de pacientes com Parkinson, para tentar encontrar quais patógenos eles têm em comum, que podem estar relacionados à progressão da doença. Se der certo, a pesquisa tende a abrir caminho para novas formas de tratamento e prevenção do Mal de Parkinson – até dez anos antes dos sintomas aparecerem.

Está matéria foi publicada originalmente na Superinteressante.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.