Para o cabelo não cair na quimioterapia
Touca especial que preserva madeixas chega por meio de doação pela primeira vez a um serviço público brasileiro
O Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, agora conta com a Touca Inglesa, engenhoca que resfria o couro cabeludo do paciente para evitar a queda de cabelo típica da quimioterapia. O equipamento foi doado pela fabricante, a Paxman Brasil, e até pouco tempo atrás estava disponível somente para aluguel em clínicas particulares.
Hoje seu uso está mais difundido na rede privada, e o Inca é o primeiro centro público no país a oferecer a touca. “Normalmente, conseguimos preservar entre 50 e 60% dos fios, o que é ótimo, pois a queda prejudica a autoestima da pessoa e pode até levá-la a desistir do tratamento”, conta o oncologista Marcelo Bello, diretor da Unidade de Câncer de Mama do Inca.
Ele alerta ainda para as toucas manuais, com proposta similar, mas que podem provocar queimaduras.
Como funciona a touca
A quimioterapia mira em células que se dividem rapidamente, uma característica marcante das células tumorais, mas também presente nos folículos capilares, que dão origem às madeixas. Portanto, eles também acabam prejudicados pela terapia. As baixas temperaturas impedem que o tratamento atinja os fios.
A touca é utilizada meia hora antes do início da químio e até uma hora e meia depois da sessão. Ela resfria o couro cabeludo gradualmente. A diminuição da temperatura, que fica na casa dos 18 ºC, reduz o fluxo sanguíneo local. Assim, o quimioterápico não alcança as células do couro cabeludo.
Ela é a tática mais eficaz para preservar os fios. Outras medidas, como cortar o cabelo para diminuir seu peso e evitar esfregar o couro nas lavagens até ajudam, mas não dá para impedir a queda, que é passageira.