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O que é obstrução urológica, problema que atingiu Michel Temer

O presidente foi internado para tratar um quadro pouco conhecido dos brasileiros. SAÚDE revela as causas, sintomas e tratamentos desse problema

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 13 dez 2017, 15h53 - Publicado em 26 out 2017, 11h43

O presidente Michel Temer foi internado na quarta (25/10) em virtude de uma obstrução urológica que causou “desconforto”, segundo a assessoria. Na noite do mesmo dia, ele já teve alta após uma cirurgia e foi repousar em casa. No entanto, voltou ao Sírio-Libanês no dia 13 de dezembro pelo mesmo problema. E uma dúvida permanece: o que é essa tal de obstrução urológica?

“Trata-se de um bloqueio em alguma parte do trato urinário que culmina em dificuldade para fazer xixi”, introduz Carlo Passerotti, urologista do Instituto da Próstata e Doenças Urinárias e coordenador do Centro de Cirurgia Robótica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Ou seja, por algum motivo um trecho do canal urinário é travado, o que chega a impedir a urina de ser expelida.

Essa obstrução pode ocorrer lá perto dos rins – em decorrência de um cálculo renal –, ou na uretra, por exemplo. Nas mulheres, é um fenômeno raro, que acontece eminentemente por alterações no canal que leva o xixi da bexiga para fora do corpo.

Já nos homens, é relativamente comum com o avançar da idade. Isso porque, conforme os anos passam, há uma boa chance de a chamada hiperplasia da próstata dar as caras. “Em resumo, é um inchaço desse órgão que pode, entre outras coisas, espremer o canal urinário”, explica Passerotti.

Às vezes, o aumento da próstata não é suficiente para bloquear a uretra. Mas, se o paciente com esse quadro sofre uma infecção no órgão (chamada de prostatite), aí pode travar a saída do xixi. “Na verdade, são inúmeras as causas de obstrução urinária”, pondera Passerotti. Para ter ideia, até remédios usados para desentupir o nariz ou um machucado na região podem culminar no quadro.

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Sintomas e consequências da obstrução

A principal chateação, como já dissemos, é a dificuldade para fazer xixi. Em casos agudos, que surgem de repente, a dor também é intensa.

Agora, há situações em que a obstrução é crônica. Ou seja, o paciente não consegue soltar todo o xixi há tempos.
Nesses casos, a própria bexiga se dilata, o que reduz o incômodo – mas abre as portas para uma série de encrencas. “O acúmulo de urina na bexiga e no canal urinário favorece infecções, sangramentos, cálculos na bexiga e até lesão nos rins”, enumera Passerotti.

O tratamento

A desobstrução depende, claro, da origem do problema. Se for uma infecção, o jeito é dar antibióticos. Se o bloqueio vier em virtude de um cálculo, esse terá de ser removido de alguma forma. E, se a hiperplasia da próstata tiver travado a uretra, talvez uma cirurgia alivie o mal.

“Cabe destacar que essa operação é completamente diferente de uma para retirar um câncer de próstata”, lembra Passerotti. “O risco de disfunção erétil ou incontinência urinária é baixíssimo”, completa. Aliás, tumores malignos na região eventualmente geram obstrução urológica. Mas, em geral, isso só ocorre em quadros avançados, quando outros sintomas já surgiram.

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Independentemente da causa, os médicos precisam tirar o excesso de urina enquanto a obstrução não é solucionada. E eles costumam fazer isso inserindo uma sonda para aliviar a bexiga. Em comunicado à imprensa, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República avisou que, de fato, Michel Temer foi submetido a “uma sondagem vesical de alívio”.

Dependendo do caso, essa sonda é retirada no mesmo dia. Porém, pode continuar retirando o xixi artificialmente por algum tempo até a pessoa se reestabelecer completamente.

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