O que é o ácido tranexâmico e para que ele serve?
Substância desenvolvida nos anos 1960 é importante para evitar hemorragias em contextos cirúrgicos, mas seu uso com fins estéticos ainda tem evidências ambíguas
Um fármaco usado há décadas para tratar sangramentos excessivos, o ácido tranexâmico é um velho conhecido da medicina e usado em situações nas quais se busca prevenir hemorragias. Mas, em anos recentes e impulsionado pelas redes sociais, ele também ganhou destaque como um possível aliado da estética.
Isso porque, segundo alguns estudos, o ácido tranexâmico também poderia ser útil no tratamento de manchas na pele, como os melasmas. Mas até que ponto ele é realmente eficaz?
O que, afinal, é o ácido tranexâmico?
Pensando em termos químicos e farmacológicos, o ácido tranexâmico é um análogo do aminoácido lisina. Essa semelhança faz com que ele se conecte aos receptores de lisina, o que inibe, por outro lado, a ação de outro aminoácido conhecido como plasmina – responsável por quebrar coágulos. Os médicos chamam esse processo de ação antifibrinolítica.
Embora ele não atue diretamente na formação dos coágulos, o medicamento é importante para evitar que eles se degradem, o que reduz o risco de hemorragias. Por isso, o ácido é utilizado em situações nas quais há possibilidade de perda de sangue, como cirurgias, traumas, extrações dentárias e em trabalhos de parto.
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Ele também pode ser empregado como tratamento para pessoas que sofrem com sangramentos severos na menstruação ou casos hereditários de angioedema.
As várias funções do ácido tranexâmico fizeram esse fármaco, sintetizado pela primeira vez em 1962, ser incluído na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde, um documento em que aparecem remédios com diferentes fins considerados eficazes, seguros e indispensáveis para o sistema de saúde de um país.
Ácido tranexâmico também tira manchas da pele?
Em tese, a forma de ação do ácido tranexâmico no organismo também seria útil para procedimentos de clareamento da pele, ao atuar contra a melanina – o que o converteu em uma alternativa para o tratamento de quadros de melasma. A eficácia desse método, no entanto, ainda tem evidências difusas na literatura científica.
A principal questão é que não há consenso sobre a melhor maneira de utilizar o ácido para atingir os resultados desejados. A substância já foi testada, por exemplo, por via oral, tópica, por injeção intradérmica e de forma adjuvante com terapias a laser.
Além das dúvidas sobre o quão eficaz cada método de utilização é, também é preciso cuidado com o uso indiscriminado de ácido tranexâmico, que é contraindicado para pessoas com histórico de convulsões, problemas renais e tromboembolismo, além daquelas com histórico de alergia ao fármaco.
Consulte sempre um dermatologista antes de iniciar qualquer tratamento estético.