A doença pneumocócica é uma infecção bacteriana que preocupa os médicos, uma vez que atinge especialmente crianças e idosos.
Entenda como essas bactérias atacam o organismo e como podemos nos defender delas. Nesse sentido, vacinas são fundamentais.
E atenção: com a chegada do frio, os casos dessa mazela tendem a aumentar.
O micróbio
A doença é causada por pneumococos, uma categoria de bactérias que vivem no trato respiratório de pessoas saudáveis. São mais de 90 tipos, de importâncias diferentes.
As vacinas protegem contra até 23 deles.
Essas bactérias são disseminadas por gotículas de saliva ou muco, expelidos ao tossir e espirrar.
A infecção
É mais comum no inverno, e pode aparecer junto com a gripe. A bactéria se aproveita de brechas das defesas e se prolifera nos ouvidos, onde causa otite; nos pulmões, onde provoca pneumonia; e nos seios nasais, onde desata sinusite.
Os sintomas variam de acordo com o local e podem ser acompanhados de febre, calafrios e sensação de mal-estar.
A invasão
A versão mais preocupante do problema é a doença pneumocócica invasiva (DPI).
Nesse cenário, as bactérias se infiltram na corrente sanguínea e no sistema nervoso, causando meningite e até sepse, a infecção generalizada.
O tratamento é feito com antibióticos, mas o patógeno pode se tornar resistente.
Os fatores de risco
Várias situações favorecem a infecção e seu agravamento.
Entre elas, presença de diabetes, câncer, doenças cardíacas, renais ou pulmonares e outras condições que exijam tratamentos que rebaixam o sistema imune, como os transplantes de órgãos.
Idosos, fumantes e crianças menores de 2 anos estão mais vulneráveis.
Perguntas & respostas
A médica Isabella Ballalai tira dúvidas frequentes sobre o quadro e os imunizantes disponíveis:
Doença pneumocócica é a mesma coisa que pneumonia?
Não. Os pneumococos são uma causa importante de pneumonia (inflamação no pulmão), mas há vários outros vírus, bactérias, fungos e substâncias tóxicas que podem estar por trás.
Quais os tipos de vacina e como elas são feitas?
São dois tipos: as conjugadas (VPC10 e VPC13) e a polissacarídica, VPP23.
Os números fazem referência à quantidade de sorotipos que a vacina barra, e todas utilizam versões inativadas das bactérias.
Podemos dizer que a vacina do SUS protege contra os sorotipos mais prevalentes?
Não, porque a cepa que mais preocupa hoje é a 19A, presente nas outras vacinas, mas não nessa.
O Ministério da Saúde revisa atualmente a incorporação de novas fórmulas.
Idosos podem tomar nos postos de saúde?
Só em condições especiais.
Se têm doenças ou vivem em instituições, eles recebem a VPC13 ou a VPP23.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda aos demais que tomem a VPC13 e depois a VPP23 na rede particular.
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Fonte: Isabella Ballalai, pediatra e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)