O que é bursite e qual seu tratamento?
Essa inflamação que causa muita dor não atinge só os ombros. Conheça o problema, seus sintomas e como remediá-lo adequadamente
A bursite é uma inflamação das bursas – pequenas bolsas que ficam entre ossos, músculos e tendões. E não, ela não afeta só os ombros.
Essa lesão pode atingir e incomodar quadril, joelhos, pés e cotovelos. E tem, como principais causas, o envelhecimento e o uso repetitivo de determinadas articulações.
A seguir, você entende o passo a passo do surgimento da bursite, assim como as partes do corpo mais afetadas e o tratamento:
1. As bursas
Em todas as juntas do corpo, nas quais os tendões encontram os ossos e os músculos, existem as bursas, que têm a função de evitar o atrito entre essas estruturas.
São cerca de 70 distribuídas por todo o organismo.
A bursa é uma espécie de almofada achatada composta de uma membrana recheada por líquido sinovial, lubrificante de aspecto viscoso, parecido com um óleo.
2. Inflamou, inchou, doeu…
Movimentos repetitivos com as articulações – imagine alguém que corre ou joga tênis – podem deixar a bursa inflamada.
Aí o corpo passa a produzir mais líquido sinovial, menos viscoso, e aquela bolsinha aumenta de tamanho.
Além do inchaço, a inflamação gera dor e, às vezes, vermelhidão. O incômodo é mais intenso ao movimentar a junta ou mesmo ao apalpá-la.
3. Limitação de movimento
A bursite pode ser acompanhada de uma inflamação no tendão, o que costuma incitar um depósito de cálcio dentro de suas fibras. É o que se chama de tendinite calcária.
Em algumas situações, o mineral se acumula também dentro da bursa. Esses depósitos de cálcio, mais comuns nos ombros e no quadril, podem, com o tempo, enrijecer a região e limitar movimentos.
As áreas que mais sofrem com a bursite
Ombros
A região está entre os locais mais afetados. É um dos tipos de bursite mais famoso, aliás.
Várias profissões costumam sofrer com a bursite no ombro, entre pintores, nadadores, tenistas, e outros atletas. O presidente Lula também é acometido pelo problema.
Cotovelos
Assim como a dos ombros, a do cotovelo também costuma atingir atletas, em especial tenistas e golfistas, que utilizam mais essa articulação e acabam sobrecarregando-a.
Nesse caso, não é raro que a bursite aqui venha com inchaço e vermelhidão.
Quadril
Quando ataca os quadris, a inflamação na bursa geralmente acontece acompanhada o acometimento dos tendões, a tendinite.
É comum entre corredores. A dor provocada por ela tende a se concentrar nas laterais do quadril e pode ser intensa.
Joelhos
Também é mais frequente em atletas, porque, assim como nas outras estruturas do corpo, a execução de movimentos repetidos é um fator de risco.
Outros facilitadores é a falta de alongamento e passar tempo demais ajoelhado.
Medidas e tratamentos contra o problema
Repouso
Essa é uma medida primordial.
O primeiro passo do tratamento é interromper, ainda que temporariamente, a atividade que está provocando a bursite.
Gelo
A temperatura fria têm ação analgésica e anti-inflamatória.
Portanto, a realização de compressas em baixa temperatura ajudam a reduzir o inchaço e a dor.
Anti-inflamatórios
Medicamentos desta categoria aceleram o controle da dor, sobretudo quando gelo e repouso não resolvem.
Lembrando que o ideal é procurar o médico em caso de dores persistentes, para não mascarar sintomas e adiar tratamentos.
Fisioterapia
As sessões de fisioterapia fortalecem os músculos da região para não sobrecarregar as estruturas lesadas.
Elas envolvem o uso de aparelhos que combatem dor e inflamação, além dos exercícios direcionados.
Aspiração
Em alguns casos, pode ser necessário aspirar parte do líquido acumulado na bursa.
O processo é simples, feito com uma seringa, e pode ser realizado pelo próprio médico.
Cirurgia
A remoção da bursa via bisturi é a última e rara opção terapêutica.
Ela fica reservada somente para casos mais complicados.
Fontes: Alessandra Masi, ortopedista e professora do Centro Universitário São Camilo (SP); Antonio Alexandre Faria, ortopedista da Clínica Cotesp Medicina Esportiva (SP); Marcus Yu Bin Pai, especialista em dor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo