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Labirintite: o que é, causas, tratamento e mais

Marcada por crises de tontura, ela afeta a qualidade de vida — mas em muitos casos têm cura. Saiba mais sobre a labirintite, da prevenção aos remédios

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 26 Maio 2023, 16h15 - Publicado em 28 set 2020, 10h30
o que causa labirintite e como tratar
Saiba o que está por trás da sensação de vertigem e enjoo (Foto: GI/Getty Images)
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Labirintite é o nome popular que se dá a todos os transtornos do labirinto, uma estrutura interna do ouvido composta pela cóclea (imprescindível para a nossa audição), pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares (que têm papel na manutenção do nosso equilíbrio).

Problemas na região podem afetar a capacidade de ouvir e, principalmente, geram tontura e quedas.

O que é a labirintite

Apesar do termo “labirintite” ser comumente utilizado, do ponto de vista científico ele é pouco preciso.

Ora, problemas que terminam em “ite” sugerem uma inflamação — e nem tudo o que compromete o labirinto envolve grandes processos inflamatórios.

De acordo com o otorrinolaringologista Paulo Roberto Lazarini, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a forma mais correta de nomear a condição que causa crises de tontura seria labirintopatia ou distúrbio vestibular periférico.

“Mas, como são termos mais complexos, a gente acaba usando ‘labirintite’ no dia a dia”, esclarece.

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O que causa labirintite e quais são os fatores de risco?

“Perguntar isso é como questionar o que causa a dor de cabeça. A lista é enorme”, brinca Lazzarini.

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Inflamações no interior do ouvido, que podem ser disparadas por inúmeras razões, estão entre as principais causas.

Infecções virais, tumores, estresse e doenças circulatórias são outras. Até diabetes e hipertensão, por afetarem vasos sanguíneos e mais estruturas da região, às vezes disparam o quadro.

Os fatores de risco em geral estão relacionados aos agentes causadores da labirintite:

• Sedentarismo
• Idade avançada
• Consumo de bebidas alcoólicas e cigarro
• Ansiedade
• Infecções no ouvido

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“Indivíduos que fazem atividade física e ingerem alimentos saudáveis certamente têm menor probabilidade de desenvolver distúrbios no labirinto”, pontua Lazarini.

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Isso porque, com a saúde em ordem, o risco de inflamações por ali cai significativamente.

Diante de uma crise de labirintite, consulte um médico.

Sintomas de labirintite

O mais comum é a tontura mesmo.

“Dependendo do motivo, ela vem acompanhada da sensação de ouvido tampado, zumbido e perda auditiva.

Nos quadros mais agudos, o indivíduo sofre com náuseas e vômitos”, informa Lazzarini.

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As crises de labirintite podem durar minutos ou se arrastar por horas.

Há inclusive episódios que seguem por dias antes de desaparecerem completamente.

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Diagnóstico de labirintite

O especialista que normalmente detecta e trata a condição é o otorrinolaringologista, embora o clínico geral possa identificá-la.

Antes de confirmar o diagnóstico e as causas por trás dele, é necessária uma avaliação detalhada.

“Começamos colhendo dados gerais, como pressão arterial, frequência cardíaca e toda a parte clínica”, afirma Lazzarini.

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Depois, são realizadas análises do ouvido para verificar se há sinal de infecção ou inflamação. O estado da audição também é testado.

“Então, fazemos testes específicos de equilíbrio. Tudo isso no consultório”, informa o profissional.

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Além disso, há a possibilidade de recorrer a um método mais específico: o exame otoneurológico.

“Observamos o labirinto em situações de movimento. Ou seja, enquanto o paciente fica em uma cadeira giratória ou acompanha com os olhos um pêndulo balançando, por exemplo”, relata Lazzarini.

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Em determinados casos, o doutor também lança mão de tomografia e ressonância magnética.

Mas para que tudo isso? Ora, as tonturas podem ser sintoma de diferentes enfermidades — e é preciso descartá-las antes de confirmar um caso de labirintite.

Labirintite tem cura? Como funciona o tratamento

Muitas vezes, ela pode ser curada. Para isso, é importante ter o diagnóstico certo, controlar eventuais fatores de risco e remediá-la adequadamente.

Em geral, o tratamento envolve remédios para crise de labirintite que reduzem a estimulação do labirinto, diminuem a tontura e amenizam o enjoo.

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“Às vezes, é preciso internar o paciente e medicá-lo pela veia, deixando-os algumas horas em observação no pronto-socorro”, conta Lazarini.

Em quadros mais leves, drogas orais são indicadas. E, claro, a pessoa deve estar sempre acompanhada para não levar tombos.

Também há a possibilidade de recorrer a exercícios de reabilitação do labirinto. Comumente, essa tática já resolve a situação e dispensa o uso de fármacos.

Situações específicas podem exigir uma cirurgia no ouvido interno. Pessoas com tumores na região, que alteram a função do labirinto, estão entre as que se beneficiam da estratégia.

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Além disso, é fundamental tratar doenças crônicas que disparam as crises de tontura. Isso vale para diabetes e hipertensão, por exemplo.

Apesar de haver cura, os possíveis estragos da labirintopatia na audição não somem na maioria das vezes.

Ou seja, a doença vai embora, porém a capacidade de ouvir fica prejudicada — principalmente se o tratamento demorar para começar.

“A chance de regeneração das células auditivas é mínima. Nesses casos, os indivíduos usam aparelhos para conseguir ouvir”, avisa o expert.

Quais são as complicações

As quedas ocasionadas pela tontura, principalmente na velhice, são um dos grandes temores.

Isso porque, conforme os ossos perdem rigidez com a idade, um tombo pode culminar em fraturas sérias.

Ao sinal de tontura constante, não deixe de buscar ajuda médica.

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Como prevenir a labirintite

Para evitar a labirintite, é necessário investir em um estilo de vida saudável.

Pratique atividade física regularmente, alimente-se bem, fique longe do cigarro e maneire no álcool.

As pessoas que já foram diagnosticadas com labirintite ainda devem aderir a medidas adicionais para fugir das crises.

“Em geral, elas precisam evitar café, chá preto, chocolate, bebidas alcoólicas e refrigerantes do tipo cola. Tudo isso estimula o labirinto e agrava o problema”, finaliza Lazarini.

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