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No primeiro Carnaval pós-isolamento, ganha o bloco dos vacinados

Especialistas ainda temem que decisão sobre a festa dê chance ao coronavírus e pedem cautela aos foliões

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 20 abr 2022, 18h39 - Publicado em 20 abr 2022, 18h39

Depois de dois anos de interrupção, teremos Carnaval no feriado de Tiradentes. Nos próximos dias, ocorrem os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Blocos também planejam sair às ruas, ainda que sem a organização das prefeituras.

Considerando que a pandemia não acabou, como deve ficar, então, a etiqueta sanitária de quem vai para as festas?

“Na resposta sobre ter Carnaval ou não existem muitas variáveis difíceis de controlar”, afirma o infectologista Jaime Rocha, professor da Escola de Medicina da PUCPR.

Em primeiro lugar, a festa é mais segura se as pessoas que participarem estiverem plenamente vacinadas contra a Covid-19 e sem sintomas respiratórios. Isso dentro de um contexto epidemiológico de baixa transmissão do vírus e poucas hospitalizações, que pode mudar a qualquer momento, na visão do especialista.

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As organizações dos desfiles de Rio e São Paulo vão exigir o passaporte da vacina para entrar no sambódromo. A imunização no Brasil vai bem, e passou dos 80%, considerando as crianças com mais de 5 anos.

Mas quem já tomou as duas injeções há quatro meses ou mais precisa de reforço. Neste quesito, estamos deixando a desejar. Apenas metade da população adulta aderiu a essa dose. Mesmo que isso não seja uma exigência do evento, o ideal é ir com a terceira injeção no braço.

+ LEIA TAMBÉM: Sem terceira dose, população começa a ficar desprotegida contra a Covid-19

“O principal problema são os imunossuprimidos, porque estudos vêm mostrando, cada vez mais, que nem com quatro doses de vacina eles estão totalmente protegidos”, afirma Cristina Bonorino, que é bióloga, imunologista e professora titular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

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“Entende-se que essas pessoas não vão ao Carnaval, mas quem vai pode ter pais, avós com mais de 80 anos ou pessoas com comorbidades em casa. Existe o risco de infectar esses familiares”, esclarece a bióloga.

Por que ainda precisamos nos proteger?

Estar vacinado é importante, mas não é suficiente para impedir totalmente a circulação do vírus, lembra Cristina.

“Não está claro o suficiente para as pessoas que a vacina não impede que a pessoa seja infectada. Ela vai ficar protegida contra casos graves, pois as doses inibem a multiplicação do vírus, mas ainda terá sintomas mais leves e há chances de transmitir”, afirma a biológa.

E não é só isso. “Há muitos relatos de Covid Longa, mesmo entre quem tem quadros brandos, com pessoas que ainda não recuperaram olfato e paladar, ou ficaram com sintomas respiratórios e outras queixas por meses”, afirma Cristina.

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A falta de cuidado com si mesmo pode ter efeitos no outro, afirma Rocha.

“Infelizmente doenças de transmissão rápida têm consequências sociais. A pessoa que carrega o vírus pode nem saber que está contaminada, mas transmitir para o pai, o irmão, o vizinho… Esse raciocínio de não ter medo da Covid faz com que a doença continue circulando”, avalia o infectologista.

O surgimento de novas variantes é outra preocupação dos especialistas, e é o que pode fazer mudar o status epidemiológico. “Acabei de voltar da Inglaterra. Lá a BA.2 se expandiu e já representa 98% dos testes realizados”, afirma Cristina.

+ LEIA TAMBÉM: Ômicron XE: como ela surgiu e o que é um vírus recombinante?

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Por enquanto, no Brasil, ainda prevalece a BA.1, e o número de casos está em queda há semanas. Todo o esforço pedido pelos especialistas aos foliões é para que o panorama siga o mesmo após as festas.

Outras doenças em evidência

A pandemia deve servir de aprendizado para nos proteger de outros males, reforçam os médicos e cientistas. Por isso, é importante entender qualquer sinal de gripe como aviso para ficar em casa ou usar máscara.

Aliás, a máscara é bem-vinda principalmente em festas que vão acontecer em ambientes fechados. Os modelos PFF2 ou cirúrgica são os mais seguros, e com muito suor e falação é aconselhável trocá-la quando perceber que ela está úmida ou suja.

“Temos outros vírus respiratórios circulando que podem provocar grandes estragos, como o vírus sincicial respiratório (VSR), que afeta crianças, e o influenza, que também provoca casos graves”, lembra Rocha.

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+ LEIA TAMBÉM: Vírus respiratório perigoso para bebês chegou antes do esperado

Além das doenças respiratórias, ainda estão por aí o HIV e a sífilis, lembra o infectologista. Ou seja, se a festa empolgar, use camisinha!

Dicas para um Carnaval seguro:

  • Se estiver com sintomas respiratórios, o melhor é ficar em casa. Na dúvida sobre seu estado de saúde, use máscara
  • Leve álcool gel e higienize as mãos o tempo todo
  • No Carnaval de rua, o ideal é fugir de grandes aglomerações ou usar máscara se encher demais
  • Não vá se não estiver, ao menos, com o primeiro esquema vacinal completo
  • Use protetor solar
  • Seja moderado na bebida, hidrate-se e coma bem durante esses dias
  • Lembre-se das doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis e o HIV, e não deixe o preservativo de lado
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