Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Muito além do fígado: hepatite C causa de depressão a diabetes

Essa infecção deflagra problemas que vão além da cirrose e do câncer. Mas a boa notícia é que os tratamentos modernos também combatem esses efeitos

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 22 jul 2019, 17h16 - Publicado em 20 set 2017, 16h30
  • Seguir materia Seguindo materia
  • De 100 pacientes infectados com o vírus da hepatite C, mais ou menos 80 não conseguem se livrar dele naturalmente. Desses, cerca de 25 vão apresentar lesões graves no fígado — a famigerada cirrose — em até 20 anos. Mas não faça pouco caso: além de os danos hepáticos serem letais, quase todos os enfermos que carregam esse inimigo no organismo vão sofrer com ele de alguma forma.

    Quem chamou atenção para os efeitos menos conhecidos da hepatite C foi o hepatologista Jorge Daruich, da Universidade de Buenos Aires, na Argentina. “Nós falhamos em nos concentrarmos muito nos problemas causados no fígado. Eles de fato são perigosos, mas, como não aparecem desde o princípio, fizeram com que muita gente negligenciasse a hepatite C”, disse o especialista, durante uma palestra do 15º Seminário Latinoamericano de Jornalismo de Ciência em Saúde, sediado em Boston, nos Estados Unidos.

    Essa encrenca, que acomete 71 milhões de pessoas no mundo — muitas das quais não sabem disso —, afeta do coração ao cérebro. Já há estudos contundentes mostrando que ela aumenta o risco de infartos e AVCs, para ser mais exato.

    “Acreditamos que isso acontece porque o vírus gera uma inflamação no corpo inteiro, que provoca danos com o tempo”, explica Daruich. E que fique claro: isso ocorre mesmo se o fígado estiver funcionando plenamente.

    Como se fosse pouco, há uma associação da hepatite C com depressão, cansaço e dificuldades cognitivas. Isso pode ter a ver com o sofrimento do diagnóstico, mas é fato que o vírus em questão consegue invadir o cérebro e incendiar a região. Segundo Daruich, nota-se entre os pacientes uma maior dificuldade de concentração e de realizar tarefas que exigem mais da massa cinzenta.

    Continua após a publicidade

    Diabetes, hiper e hipotireoidismo e até linfoma (um tipo de câncer) já foram ligados a essa infecção. “E há outras possíveis consequências. Precisamos tratar todos os pacientes, não só os com lesões hepáticas”, arremata Daruich.

    Temos os recursos para vencer essa batalha

    A grande notícia é que, nos últimos anos, vimos uma verdadeira revolução no tratamento da hepatite C. Se antes os médicos tinham remédios muito tóxicos e que exterminavam o vírus em não mais do que 50% dos casos, agora contam com drogas que oferecem uma resposta excelente em no mínimo 90% dos pacientes.

    Essas opções já estão disponíveis no Brasil e, de quebra, ajudam a enfrentar a maioria das manifestações da hepatite C. “Só que isso depende também de quando iniciamos o tratamento”, pondera Daruich.

    Continua após a publicidade

    Indivíduos que recebem os fármacos em situações muito avançadas tendem a não reverter todas as consequências provocadas pela doença. Fora isso, se o paciente já desenvolveu diabetes, não vai “se curar” dele com os remédios para a hepatite C.

    Conclusão: diagnóstico precoce é fundamental. Você já fez o teste para hepatite C?

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.