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Monóxido de carbono, ozônio, MP2,5: o que estamos respirando com a poluição?

Conheça os principais poluentes presentes no ar das cidades brasileiras

Por Lucas Rocha
11 set 2024, 10h52
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Baixa qualidade do ar esconde uma variedade de poluentes perigosos para a saúde (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)
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Há décadas, especialistas em saúde pública e meio ambiente alertam sobre a qualidade do ar que respiramos, principalmente no contexto das grandes cidades.

Nem sempre conseguimos ver, mas podemos sentir os impactos de diversos tipos de poluentes. O ar insalubre pode conter, por exemplo, material particulado, dióxido de enxofre (SO2), ozônio, monóxido de carbono (CO) e dióxido de nitrogênio (NO2).

“Estes são os principais materiais encontrados no ar poluído. Eles já estão presentes normalmente no ar de São Paulo devido à grande quantidade de veículos circulantes. No entanto, as queimadas no interior do estado e nos biomas brasileiros, associadas à condição climática desfavorável, agravam o quadro”, destaca o médico pneumologista Andrei Cordeiro, do Hospital Santa Paula, da Rede Dasa.

É comum relacionar a poluição aos problemas respiratórios, mas eles são apenas parte de um cenário ainda mais grave.

+ Leia também: Poluição é o quarto principal fator de risco para a saúde do coração

As ameaças ocultas do ar poluído

Material particulado (MP10 e MP2,5)

Formado principalmente pela combustão de combustíveis usados em diversos setores, como transporte, energia, indústria, agricultura, além das residências.

“Consiste em uma mistura complexa de partículas sólidas e líquidas de substâncias orgânicas e inorgânicas suspensas no ar”, resume o médico pneumologista Humberto Bogossian, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Tanto a versão comum (MP10) quanto a forma mais fina (MP2,5) são capazes de penetrar nos pulmões, provocando doenças respiratórias. No entanto, o MP2,5 consegue alcançar a corrente sanguínea, levando a problemas cardiovasculares.

“A exposição prolongada a altas concentrações pode piorar doenças respiratórias como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, além de intensificar agravos da via aérea superior como rinossinusite crônica e doenças cardiovasculares. A exposição ao material particulado fino e outros poluentes também podem ser a causa de surgimento de câncer de pulmão mesmo em pessoas não fumantes, no futuro”, pontua Cordeiro.

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Ozônio

Se nas camadas mais altas da atmosfera ele ajuda, ao bloquear parte da radiação solar, no ar que respiramos ele é perigoso. O ozônio pode levar ao desenvolvimento de asma, redução da capacidade pulmonar e a doenças cardíacas.

Ele é formado durante o dia a partir de reações entre outros poluentes e a radiação solar.

+ Leia também: Não é só hidratar: 4 formas de aliviar a pele seca

Monóxido de carbono

Um dos principais poluentes de ar de ambiente interno, o monóxido de carbono surge da combustão incompleta de combustíveis fósseis, de sistemas de aquecimento, de usinas termelétricas a carvão, da queima de biomassa e tabaco.

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Pode trazer prejuízos respiratórios, visuais, de desempenho cognitivo e aumento da mortalidade.

“O monóxido de carbono pode se ligar à hemoglobina assim como o oxigênio. Com isso, diminui a quantidade de oxigênio circulante no organismo, o que pode causar de sinais leves até a morte. Os sintomas mais comuns na situação atual seriam dor de cabeça, irritação na garganta e tonturas”, afirma Cordeiro.

Dióxido de nitrogênio

Incêndios florestais e queima de combustíveis fósseis também podem produzir dióxido de nitrogênio. Altas concentrações podem levar ao aumento de internações hospitalares por problemas respiratórios, pulmonares e alérgicos.

“Pode ter graves consequências para a saúde humana, incluindo irritação respiratória e redução da função pulmonar. Em altas concentrações, ele pode provocar pneumonia química e edema pulmonar. Além disso, o dióxido de nitrogênio contribui para a formação de ozônio e chuva ácida”, afirma Bogossian.

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Dióxido de enxofre (SO2)

Vem da queima de combustíveis fósseis com essa substância em sua composição, além de atividades de geração de energia e aquecimento doméstico. A exposição agrava sintomas da asma e aumenta o número de hospitalizações.

+ Leia também: É seguro fazer atividade física em dias poluídos?

O que fazer para se proteger da poluição do ar?

Em dias de tempo seco e maior concentração de poluentes atmosféricos, é recomendada a utilização de máscaras ao sair de casa.

“A mais eficaz para conter os poluentes é a N95 ou PFF2 que reduz em até 95% a inalação das partículas poluentes suspensas no ar, incluindo o material particulado fino, sendo ideais para situações de poluição alta como a que vivemos agora. Outras máscaras ou lenços serão mais eficazes contra partículas mais grossas”, frisa Cordeiro.

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Em casa, manter as janelas fechadas ajuda a impedir a entrada de poluentes.

“Purificadores com filtro HEPA podem melhorar a qualidade de ar em casa. Os umidificadores podem ajudar a manter as vias aéreas mais umidificadas, mas não melhoram a qualidade do ar“, afirma o médico do Hospital Santa Paula.

No geral, a nebulização tende a aliviar o desconforto respiratório. Ela deve ser feita apenas com soro fisiológico, com objetivo de umidificar as vias aéreas e diminuir o impacto de possíveis secreções respiratórias.

Para os praticantes de atividades físicas, é recomendado treinar em locais fechados. A respiração mais profunda e acelerada durante os exercícios aumenta a quantidade de poluentes inalados.

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“Pacientes com DPOC e doenças com fibrose pulmonar que realizam atividades físicas ou reabilitação motora e respiratória não devem treinar ao ar livre. Idosos e crianças pequenas também devem evitar locais abertos”, conclui Cordeiro.

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