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Brasil será primeiro país do mundo a oferecer genérico contra o mieloma múltiplo

Lançamento representa avanço no setor de oncologia com genérico injetável voltado ao tratamento de câncer raro, com alto custo terapêutico

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
25 ago 2025, 17h00
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Novo medicamento genérico é de aplicação intravenosa (Foto: Iparraguirre Recio/Getty Images)
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O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que afeta o sangue, originado a partir da medula óssea. O agravo impacta especificamente células de defesa chamadas plasmócitos.

O problema ocorre mais precisamente no momento da diferenciação celular, quando acontece um erro e os plasmócitos se tornam anormais. A partir de uma multiplicação de forma descontrolada, elas produzem também proteínas anormais, que podem trazer problemas para outras partes do corpo, como rins, ossos e o sistema imunológico.

Por isso, o mieloma múltiplo exige cuidados contínuos e especializados, com medicamentos de alto custo. Com o objetivo de ampliar o acesso à terapia no Brasil, chega ao mercado em setembro um novo medicamento genérico com a molécula indicada para o tratamento.

O país será o primeiro do mundo a ter um genérico para tratar este câncer. O lançamento será feito pela farmacêutica Natcofarma Brasil na próxima segunda-feira (1º), data em que o produto estará disponível em todo o território nacional.

+ Leia também: Câncer no sangue: a ciência dá boas notícias

O fármaco já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está em conformidade com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

O farmacologista Lucas Gazarini, professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), avalia a chegada do medicamento como positiva.

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“Em doenças graves e de tratamento contínuo, como o mieloma, a diminuição do custo pode fazer diferença entre o paciente ter acesso ou não ao medicamento. Portanto, um genérico representa tanto um avanço em saúde pública quanto um alívio econômico individual”, pontua o especialista que não esteve envolvido na produção do produto.

Como funciona o medicamento

A doença rara corresponde a cerca de 10% a 15% dos cânceres relacionados ao sangue. Contudo, os dados epidemiológicos disponíveis no Brasil são escassos.

O novo medicamento é indicado para adultos com mieloma múltiplo recidivado ou refratário. Aqueles casos em que a doença retorna ou deixa de responder aos tratamentos anteriores.

A administração é intravenosa, realizada em ciclos definidos, combinada com outras moléculas ou isoladamente. A ação se baseia na inibição dos proteassomas, estruturas celulares que degradam proteínas defeituosas ou envelhecidas, como explica o farmacologista.

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“As proteassomas são complexos enzimáticos responsáveis por destruir e eliminar proteínas que não funcionam como deveriam dentro das células. É como um sistema interno de manutenção e limpeza. Células do câncer produzem muitas proteínas, aumentando o risco de produção de versões defeituosas, que precisariam ser eliminadas”, detalha Gazarini.

“Por isso elas dependem muito mais do sistema de proteassomas que células ‘sadias’, sem câncer. Também pode haver o acúmulo de substâncias tóxicas, que podem causar danos celulares”, prossegue.

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Tratamento mais barato

Com a chegada da versão genérica, estima-se que o tratamento poderá ser ofertado com uma redução média de 35% no preço, em comparação com o medicamento de referência.

Atualmente, 97% do uso da molécula no Brasil ocorre no setor privado, enquanto apenas 3% dos pacientes têm acesso ao tratamento via Sistema Único de Saúde (SUS).

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“Estamos falando de uma terapia de alto custo e uso controlado. Ao oferecer uma alternativa genérica com a mesma qualidade e segurança, ampliamos o acesso a pacientes que dependem desse tipo de tratamento, seja no setor privado ou no sistema público”, afirma Eduardo Rocha, CEO da Natcofarma Brasil.

A farmacêutica é subsidiária da Natco Pharma Limited, indústria farmacêutica global fundada em 1981 e sediada na Índia, com foco em genéricos complexos e moléculas de nicho. Está presente no Brasil desde 2011, e em diversos outros países.

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