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Metástase óssea: entenda diagnóstico de câncer de próstata de Joe Biden

Ex-presidente estadunidense foi diagnosticado com um tumor agressivo na glândula, que se espalhou para os ossos, mas com boas perspectivas de tratamento

Por Valentina Bressan
Atualizado em 19 Maio 2025, 15h26 - Publicado em 19 Maio 2025, 15h24
Joe Biden
Joe Biden foi a pessoa mais velha a ocupar a cadeira da presidência nos Estados Unidos (U.S. Department of State/Wikimedia Commons)
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Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos, foi diagnosticado com um câncer de próstata agressivo, com presença de metástases ósseas. A informação foi divulgada pelo gabinete do político de 82 anos nesse domingo (18).

Segundo a nota, a suspeita da doença surgiu quando Biden apresentou sintomas urinários e um nódulo na região da próstata. Após uma rodada de exames, o diagnóstico foi confirmado na última sexta-feira (16).

Os representantes de Biden afirmaram que o câncer foi classificado no estágio 9 da escala de Gleason, indicador usado por médicos para avaliar a gravidade da doença. A classificação indica que as células do tumor já se espalharam para os ossos.

“Uma doença metastática já é um estágio avançado do câncer de próstata, que precisa ficar sob tratamento de maneira permanente”, aponta o oncologista clínico Andre Deeke Sasse, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

A próstata participa do ciclo reprodutivo ao produzir um líquido que compõem o sêmen, auxiliando a movimentação dos espermatozoides. A glândula fica abaixo da bexiga, ao redor da uretra. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens – fica atrás apenas dos tumores de pele não melanoma.

Não é a primeira vez que a família de Joe Biden enfrenta um diagnóstico de câncer. Em 2015, o filho mais velho do ex-presidente, Beau Biden, faleceu devido a um glioblastoma, câncer no cérebro. Em 2023, Biden removeu uma lesão de câncer de pele. Durante seu mandato, o democrata implementou programas para estimular a pesquisa e o diagnóstico do câncer.

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Sintomas

O câncer de próstata é mais comum em pessoas idosas. Como a evolução costuma ser lenta, muitas vezes não há sinais clínicos evidentes, o que dificulta um diagnóstico precoce. 

Alguns dos possíveis sintomas do câncer de próstata são:

  • Aumento da necessidade de urinar;
  • Dificuldade para começar e terminar de urinar;
  • Sangue na urina ou no sêmen;
  • Dores na lombar e no abdômen;
  • Disfunção erétil.

Após os 50 anos de idade, a próstata naturalmente aumenta de tamanho, sem que isso represente necessariamente um quadro de câncer. O bloqueio da uretra e sintomas urinários podem aparecer nesse caso também.

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+Leia também: Câncer de próstata: menos preconceito, mais cuidado

Diagnóstico: o que é metástase óssea?

O escore de Gleason é a classificação usada pelos médicos para apontar o estágio do câncer a partir de uma análise das células do tumor, que são avaliadas de acordo com a semelhança ou diferença em relação a células normais. O número é obtido a partir do teste de PSA e a biópsia. Achados de testes de imagem, que indicam se há ou não metástase, também entram nessa conta.

O tipo de câncer verificado no caso de Biden está em um estágio 9: os escores de 8 a 10 representam um câncer de próstata mais agressivo. Números mais baixos na escala apontam que o câncer deve crescer de forma mais lenta e tem menos chance de se espalhar pelos órgãos.

O estágio de metástase óssea indica que as células cancerosas não estão apenas na próstata, mas se espalharam para os ossos. Nessa etapa, considera-se que não há mais cura para a doença, embora alguns casos possam alcançar a remissão.

A metástase óssea é confirmada por um exame específico, a tomografia por emissão de pósitrons, que usa um marcador radioativo para localizar células de câncer pelo corpo.

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O caminho diagnóstico começa com um exame de toque retal, capaz de verificar o tamanho da glândula. Mas o câncer só é confirmado com uma bateria de exames, que incluem: medições do antígeno prostático (chamado de PSA), um indicador associado a tumores; exanes de imagem como ressonância magnética, ultrassom ou tomografia computadorizada; e biópsia da próstata.

Sintomas diferenciados podem aparecer quando o câncer atinge o estágio de metástase óssea. Dor, em geral nas costas, na pelve, no quadril e nas coxas, é o principal indicativo.

Tratamentos

De acordo com o gabinete do político estadunidense, o tumor diagnosticado em Biden é sensível a tratamentos hormonais. Antigamente, esse bloqueio hormonal costumava ser feito com a remoção dos testículos.

Hoje, existem medicações mais modernas que bloqueiam ou reduzem a testosterona, hormônio que influencia o crescimento do tumor na próstata.

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“Geralmente o tratamento é baseado na terapia hormonal e medicamentos que fazem o nível de testosterona no sangue cair. Muitas vezes, associamos a remédios que inivem a produção ou a atividade do receptor de testosterona das células”, aponta Sasse.

Esses remédios podem ser utilizados mesmo quando já há metástase. Mas essa é apenas uma das abordagens para tratar este tipo de câncer. Em alguns quadros – em geral, aqueles em que o tumor está restrito à próstata –, a cirurgia de remoção da glândula pode ser recomendada. A radioterapia e a quimioterapia são empregadas em casos mais avançados, assim como a terapia direcionada com isótopos.

A imunoterapia, a terapia-alvo e a crioterapia são outras opções de tratamento.

O prognóstico de Biden

O oncologista destaca que não é possível avaliar especificamente o caso de Biden, mas comenta em linhas gerais o prognóstico do diagnóstico deste tipo de câncer de próstata.

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“Uma doença metastática, sensível à hormônioterapia, tem um prognóstico razoavelmente bom, expectativas de respostas aos tratamentos hormonais de longa duração – isso significa alguns anos de controle da doença com tratamentos que interferem pouco na qualidade de vida”, completa.

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