A artrite reumatoide é uma doença de origem autoimune marcada pela destruição progressiva de uma membrana que recobre as articulações. Estima-se que 2 milhões de brasileiros sejam afetados por essa condição, a maioria mulheres entre 30 e 50 anos. E uma pesquisa enorme da Universidade de Toronto, no Canadá, acaba de avaliar os principais motivos de morte entre esses indivíduos.
Dados de 87 mil acometidos pelo problema foram comparados com as informações de 348 mil pessoas saudáveis. As conclusões mostram que as maiores causas de óbito não variaram: doenças cardiovasculares, pneumonia e câncer ficaram nas três primeiras posições nos dois grupos.
Mas o que chama a atenção é a alta mortalidade entre aqueles com artrite reumatoide. Durante o acompanhamento de 13 anos, 14% deles morreram, enquanto 9% da outra turma teve o mesmo destino.
“Estamos falando de uma doença que não se limita às juntas, mas atinge todo o organismo de maneira sistêmica”, ressalta o médico Fernando Neubarth, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Estudos anteriores já haviam demonstrado que indivíduos com esse quadro apresentam com mais frequência colesterol alto e hipertensão, outros fatores que patrocinam piripaques no coração e nos vasos, por exemplo.
E isso sem contar o fato de que alguns dos medicamentos que combatem a doença estão relacionados a efeitos colaterais em longo prazo. Para evitar muitos desses eventos adversos, é essencial procurar o especialista quanto antes. “A detecção precoce nos permite atuar com melhor qualidade, o que evita muitas dessas repercussões indesejadas”, completa Neubarth.
Nada de esperar
Portanto, caso você sinta dores, inchaços e inflamações nas articulações de qualquer parte do corpo que perduram por mais de seis semanas, marque já uma consulta com o médico. Esse profissional conseguirá analisar a situação e indicar os melhores exames.
Se a artrite reumatoide for confirmada, a boa notícia é que os medicamentos evoluíram e estão cada vez mais seguros e efetivos. Ou seja, dá pra evitar a limitação de movimento, a deformação das juntas e por aí vai.
Para aqueles que já receberam o diagnóstico, vale seguir as recomendações do reumatologista e fazer um acompanhamento de perto com o cardiologista. Os checkups ajudam a flagrar alterações cardiovasculares no início para, assim, revertê-las antes que causem um estrago mais sério no futuro, como infarto ou AVC.