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Levonorgestrel: saiba como funciona a pílula do dia seguinte

O medicamento não substitui os contraceptivos tradicionais, mas é uma alternativa eficaz para prevenir a gravidez após relações sexuais desprotegidas

Por Luana Pazutti
6 nov 2024, 10h20
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  • Popularmente conhecido como pílula do dia seguinte, o levonorgestrel atua como um mecanismo de contracepção emergencial. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), ele é recomendado após relações sexuais desprotegidas ou quando há suspeitas de falha no método utilizado.

    Com grandes taxas de eficácia, o medicamento é livre de contraindicações, mas não é aconselhado em casos de gravidez já confirmada.

    O que é levonorgestrel?

    O levonorgestrel é uma alternativa para contracepção de emergência após relações sexuais desprotegidas. Feita a partir da progesterona sintética, a chamada pílula do dia seguinte pode chegar a 90% de eficácia, se utilizada em um intervalo de até 72 horas após o sexo.

    Os primeiros passos para a criação do composto ocorreram em 1972, quando o médico canadense Albert Yuzpe combinou estrogênio e progesterona com o intuito de prevenir a gravidez causada por violência sexual. Com o tempo, a fórmula foi atualizada, deixando de incluir estrogênio e minimizando os efeitos adversos.

    Como funciona?

    A ação do levonorgestrel pode variar de acordo com a fase do ciclo menstrual em que a mulher se encontra. Quando administrado durante a fase folicular, que dura cerca de 14 dias após o começo do sangramento, a pílula altera os folículos, impedindo ou retardando a ovulação por vários dias.

    Já na fase ovulatória, a substância interfere na mobilidade dos espermatozoides e do óvulo nas tubas uterinas. Isto é, por meio de uma modificação no muco cervical, ela dificulta a entrada do espermatozoide no útero.

    Em ambos os casos, o medicamento impede o encontro entre os espermatozoides e o óvulo, evitando a fecundação. Ou seja, a pílula do dia seguinte não funciona se o óvulo já foi fecundado.

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    Quando o levonorgestrel é indicado?

    O levonorgestrel pode ser indicado, quando há relações sexuais sem proteção, como em casos de violência sexual.

    Ele também é recomendado em caso de suspeitas ou confirmação de ineficácia do método utilizado. Isso inclui tanto o rompimento ou deslocamento do preservativo quanto o atraso prolongado no uso de anticoncepcionais orais ou injetáveis.

    +Leia também: Métodos contraceptivos: conheça os mais usados

    Levonorgestrel tem contraindicações?

    Não há contraindicações para o uso de levonorgestrel. A única recomendação é que ele não seja utilizado quando já há confirmação da gravidez, uma vez que é incapaz de interrompê-la.

    Alguns quadros clínicos podem demandar aconselhamento médico antes de consumir a pílula. Mulheres com sangramentos vaginais não diagnosticados, doenças hepáticas e da vesícula biliar, icterícia gravídica e carcinoma das mamas, do ovário ou do útero devem se atentar a isso.

    De maneira geral, os efeitos colaterais do medicamento podem incluir fadiga, hipermenorreia, náusea e dor abdominal. Em alguns casos, ainda ocorre tontura, aumento da sensibilidade mamária e irregularidades no ciclo menstrual.

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    Cuidados com o uso do levonorgestrel

    Embora não possua contraindicações, a utilização do levonorgestrel exige algumas ressalvas. Após a relação sexual desprotegida, a pílula do dia seguinte deve ser ingerida o quanto antes para maximizar os seus efeitos.

    Entretanto, ela não deve substituir os métodos contraceptivos de rotina. Além de não ser infalível contra uma gravidez, o medicamento não previne contra infecções sexualmente transmissíveis, como Aids, sífilis, hepatite B, HPV e gonorreia.

    Outro cuidado é que, se ocorrer vômito dentro de uma ou duas horas após a ingestão do comprimido, a recomendação é tomar outra dose. Caso isso se repita, é possível administrar o levonorgestrel por via vaginal.

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