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Idosos que mantém cérebro ativo podem adiar em cinco anos o Alzheimer

Leitura e jogos estão entre as atividades que podem atrasar as manifestações clínicas da demência

Por Alexandre Raith, da Agência Einstein*
28 jul 2021, 12h28
Mulher idosa lendo com lente de aumento
Leitura e jogos estão entre as atividades que podem atrasar as manifestações clínicas da demência. (Foto: Clément Falize/Unsplash/Divulgação)
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Atividades simples e cotidianas como ler, escrever, jogar cartas ou montar quebra-cabeças podem atrasar em cinco anos o princípio da doença de Alzheimer. E o mais surpreendente: os benefícios são visíveis mesmo quando tais hábitos são iniciados aos 80 anos. É o que revelou um estudo publicado na Neurology, periódico da Academia Americana de Neurologia.

Os pesquisadores concluíram que o atraso da demência é resultado de atividades de estimulação cognitiva em idades mais avançadas, e não no início da vida. Isso após acompanhar 1 978 pessoas com idade média de 80 anos e que não apresentavam a doença no início do estudo.

Por um período de sete anos, os participantes realizaram anualmente uma série de testes cognitivos. Além disso, responderam a um questionário sobre a frequência com que tinham praticado certas atividades no ano anterior, como leitura de livros, jogos de cartas e tabuleiros ou quebra-cabeças, assim como na infância, idade adulta e meia-idade.

Após a análise da frequência das respostas, os cientistas constataram que as atividades cognitivas desenvolvidas no início da vida não estão associadas à idade em que a pessoa desenvolve Alzheimer. Por isso, a pesquisa sugere que o bem-vindo atraso de cinco anos para o início dos sinais da doença é principalmente impulsionado pela manutenção do cérebro ativo na velhice.

+ LEIA TAMBÉM: Malhação para o cérebro: exercícios contra Parkinson, Alzheimer e cia.

Entre os 1 978 idosos que participaram da pesquisa, 457 foram diagnosticados com demência de Alzheimer ao longo do estudo. Aqueles que pontuaram com os níveis mais altos de atividade cognitiva desenvolveram a doença aos 94 anos, em média. Já as pessoas com os índices mais baixos, aos 89 anos. Fatores como educação e sexo também foram analisados, porém, não houve diferença significante.

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Mais pesquisas ainda são necessárias para que se possa extrapolar as conclusões do estudo para a população em geral, já que os participantes eram predominantemente brancos e com alto nível de escolaridade.

O que é o mal de alzheimer?

Trata-se de uma doença degenerativa do cérebro que acomete pessoas com mais idade, principalmente entre 60 e 90 anos, e que afeta a memória e a linguagem devido a alterações patológicas no tecido cerebral.

Em alguns casos, pode provocar depressão, agitação e agressividade, além de limitar a capacidade de caminhar e de engolir. Uma das prováveis causas é a perda de células cerebrais ao longo da vida.

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Além da atividade intelectual, a prática de exercícios físicos, a alimentação balanceada e a preservação das relações sociais e familiares são medidas preventivas de demência, sobretudo se mantidas conjuntamente.

No Brasil, estima-se que um milhão de pessoas sofram de Alzheimer. Até o momento a doença não tem cura. No entanto, medicações estabilizam ou diminuem a velocidade de perda funcional.

*Esse texto foi publicado originalmente na Agência Einstein.

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