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Hipertensão arterial pulmonar: a doença rara e sem cura de Lígia da novela “Três Graças”

Sinais da doença, como cansaço, falta de ar e desmaios frequentes, podem ser confundidos com outros problemas, atrasando o diagnóstico adequado

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
30 out 2025, 09h26
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Hipertensão arterial pulmonar é uma doença rara e grave (Foto: Estevam Avellar/Globo)
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A abordagem de temas de saúde em novelas é uma oportunidade de promover a conscientização sobre condições que podem afetar qualquer pessoa.

É o caso da nova trama das nove da Globo, “Três Graças”, cuja espinha dorsal aborda a hipertensão arterial pulmonar através da personagem Lígia, interpretada pela atriz Dira Paes.

A doença rara, associada ao estreitamento das artérias nos pulmões, dificulta a circulação sanguínea. Entre os sintomas estão problemas como falta de ar, cansaço, dor no peito e desmaios, que prejudicam a qualidade de vida. Sem o tratamento e controle, o problema pode comprometer o funcionamento do coração e levar à morte.

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Qual é a doença de Lígia da novela “Três Graças”?

A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença grave que leva ao aumento da pressão nas artérias do pulmão, que têm o papel importante de promover a oxigenação do sangue.

Pessoas com HAP apresentam um estreitamento e endurecimento dessa importante via, o que faz com que o esforço cardíaco para bombear o sangue seja ainda maior.

Ao longo do tempo, essa sobrecarga se reflete nos sintomas comuns da condição, como falta de ar, cansaço, tontura, desmaio, inchaço nas pernas, dor no peito e batimento cardíaco acelerado.

“Esses sintomas acabam por limitar atividades básicas do dia a dia. É comum o surgimento de infecções, como pneumonia, assim como internações por descompensação da função pulmonar”, afirma o médico cardiologista Thiago Midlej, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

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Como os sinais são inespecíficos, isto é, podem ser confundidos com os de outras condições de saúde, muitas vezes há um atraso na realização do diagnóstico adequado.

“O agravo pode surgir sem causa aparente, ou seja, de forma idiopática, mas, geralmente, está associado a algumas doenças. Problemas nas valvas do coração, embolia pulmonar e condições pulmonares ligadas ao cigarro, como a doença pulmonar obstrutiva crônica e a fibrose pulmonar, são as principais causas”, resume Midlej.

O cardiologista ressalta que outras questões de saúde podem ocorrer de maneira simultânea, como cardiopatias congênitas, doenças autoimunes, doenças do fígado, casos graves de infecção por parasitas e uso de medicamentos.

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Na novela Três Graças, da Globo, a personagem Lígia, interpretada pela atriz Dira Paes, vive com hipertensão arterial pulmonar (Foto: Globo/Reprodução)

A HAP tem uma ocorrência 2 a 4 vezes maior entre mulheres em comparação aos homens, considerando especificamente mulheres em idade fértil e em idade de criação de filhos, levando a riscos significativos na gravidez, incluindo mortalidade materna de até 56% e mortalidade neonatal de até 13%. Os dados são de um estudo publicado no periódico Pulmonary Vascular Disease.

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Qual é a diferença entre hipertensão pulmonar e HAP?

Nas buscas pela doença na internet, é comum encontrar os termos “hipertensão arterial pulmonar” ou apenas “hipertensão pulmonar”. O médico Ricardo de Amorim Corrêa, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) explica a diferença.

“Hipertensão pulmonar é o tipo geral da doença relacionada ao aumento de pressão na circulação pulmonar. Ela tem cinco grupos diferentes devido ao tipo de mecanismo associado. A hipertensão arterial pulmonar cuja ação começa na própria artéria pulmonar ou nos seus ramos, corresponde ao grupo 1, que reúne a maioria das doenças em que há um tratamento com drogas específicas”, resume Corrêa.

Do grupo 2 em diante, a enfermidade recebe apenas o nome de hipertensão pulmonar, que pode ter ligação com problemas diversos, incluindo fibrose, enfisema ou embolia pulmonar, por exemplo.

Saiba mais sobre a hipertensão arterial pulmonar e compartilhe o vídeo publicado no Instagram de Veja Saúde:

Como funciona o tratamento da HAP

A hipertensão arterial pulmonar não tem cura. Porém, existem medicamentos e terapias que melhoram os sintomas e ampliam a qualidade de vida, ajudando a reduzir a pressão nas artérias do pulmão e proteger o coração.

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“Os cuidados incluem remédios que dilatam os vasos pulmonares, anticoagulantes, oxigênio suplementar e, em casos graves, transplante de pulmão”, diz Midlej.

“Três Graças” tem como pano de fundo a falsificação de medicamentos pela fundação criada pelo vilão da novela, Santiago Ferette, interpretado por Murilo Benício. Os remédios oferecidos gratuitamente para a população não possuem efeito, o que leva à piora do quadro de Lígia e de outras pessoas da comunidade fictícia da Chacrinha, ambientada na cidade de São Paulo.

Na vida real, o tratamento é ofertado gratuitamente no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com diferentes formulações que são prescritas conforme o estado clínico do paciente. Essas medicações, por sua vez, têm eficácia comprovada na redução dos sintomas e contam com aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“O manejo basicamente vai depender se o problema pulmonar é primário, ou seja, acomete inicialmente o pulmão, ou secundário a alguma outra doença que afeta, de forma paralela, o órgão. Assim, pode-se utilizar medicamentos específicos para o pulmão ou outros para tratar o problema sistêmico, como diuréticos, oxigênio, anticoagulação e reabilitação cardiopulmonar”, afirma Midlej.

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Neste ano, uma terapia inovadora para adultos com o agravo chegou à rede privada no país. Desenvolvido pela MSD, o medicamento Winrevair (sotatercepte) é administrado uma vez a cada três semanas por aplicação subcutânea. Com treinamento de um profissional de saúde, a aplicação pode ser feita por pacientes e cuidadores.

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O remédio, de uma nova classe terapêutica, atua na raiz do problema bloqueando um tipo de sinal químico chamado activina, ajudando a regular a proliferação de células vasculares associadas à HAP.

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Ao longo do tempo, o tratamento ajuda a tornar as paredes arteriais mais finas e elásticas, melhorando o fluxo de sangue na região. Nesse sentido, promove também o aumento da capacidade de exercícios e locomoção dos pacientes, trazendo benefícios para a qualidade de vida.

Além da utilização de remédios, medidas complementares são importantes para o controle da doença.

“A atividade física, em geral acompanhada por profissionais experientes, pode aumentar a sobrevida dos pacientes. Alimentos com pouco sódio e menor quantidade de líquidos pode ser associados à prescrição do paciente com essa patologia”, resume Guimarães.

Em suma, há uma saída para Lígia de “Três Graças”, desde que alguém ajude a desmascarar o esquema criminoso para que ela possa, enfim, encontrar o tratamento adequado.

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