Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Outubro Rosa: Revista em casa por 10,90

1 em cada 3 pessoas terá herpes-zóster ao longo da vida, saiba como evitar

Vacina é a forma mais efetiva de prevenir essa doença que pode deixar sequelas graves. E uma consulta pública pressiona para que o imunizante entre no SUS

Por Ingrid Luisa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 out 2025, 16h51 - Publicado em 6 out 2025, 15h11
Imagem que mostra exemplo de lesão do herpes-zóster na pele
Imagem que mostra exemplo de lesão do herpes-zóster na pele (Foto: CDC/Divulgação)
Continua após publicidade

O que a ciência chama de transição demográfica, ou seja, a mudança no perfil etário da população, ocorre no mundo todo de maneira implacável.

Em 2020, o número de pessoas com 60 anos ou mais superou o de crianças menores de 5 anos. A população geral está envelhecendo, e doenças antes mais raras se tornam cada vez mais comuns.

Um desses casos é o herpes-zóster. O risco dela aparecer aumenta muito após os 50 anos de idade, e suas complicações podem ser dolorosas e debilitantes.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), uma em cada três pessoas do mundo desenvolverão herpes-zóster em algum momento da vida.

Mas há formas eficazes de prevenir a condição. E precisamos falar sobre isso.

+Leia Também: De onde vem o herpes-zóster?

O que é o zóster

Nada mais do que a segunda ativação do vírus varicela-zóster, o causador da catapora.

Quando ele entra no corpo, como o sistema imunológico ainda não o conhece, ele consegue se multiplicar por todo o organismo, gerando bolhas no tronco, membros e face. É o que se chama de catapora.

Continua após a publicidade

Mas após o corpo vencer aquele ataque do vírus e a pessoa se curar da doença, o microorganismo não é totalmente eliminado. O que acontece é que ele se esconde em algum nervo do corpo e fica latente por lá.

A latência, ou seja, o fato de o patógeno não ir embora totalmente do organismo após a primeira infecção, é uma característica comum a todos os vírus da família herpes, incluindo os responsáveis pelo herpes simples, que afeta os lábios e os órgãos genitais.

Décadas depois, quando há uma baixa na imunidade, o zóster pode acordar e se multiplicar pelo caminho do nervo (ou dos nervos), num processo que, além das bolhas de forma mais localizada, provoca uma dor bem intensa e aguda devido à inflamação do nervo. É o que se chama de herpes-zóster.

+Leia Também: Pessoas imunocomprometidas têm maior risco de desenvolver o herpes zóster

Complicações relacionadas a doença

Dor, coceira ou formigamento na área onde o vírus está são alguns dos sintomas iniciais comuns do zóster. É possível até que ocorra febre antes do aparecimento da erupção cutânea.

A dor do herpes-zóster é geralmente descrita como queimação, pontadas ou choques, dependendo do paciente.

Continua após a publicidade

De forma geral, quando há um acompanhamento médico e cuidado, as bolhas e as dores duram de 2 a 4 semanas. Depois da fase aguda, podem surgir complicações, sendo as duas mais comuns:

  • Neuralgia pós-herpética – 5 a 30% dos pacientes com herpes-zóster podem sentir dor no nervo que persiste por três meses ou mais após um episódio de herpes-zóster. Essas crises de dor no local podem persistir pelo resto da vida.
  • Herpes-zóster oftálmico – em cerca de 10 a 25% dos pacientes, o vírus se esconde no ramo oftálmico do nervo trigêmeo, podendo levar a complicações como inflamação da córnea, aumento da pressão intraocular e até a perda de visão.

Mesmo que você conheça alguém próximo que já teve a doença, é muito difícil entender o que realmente é essa dor”, afirma o médico microbiologista Raunak Parikh, diretor sênior da farmacêutica GSK, em evento à imprensa em Wavre, na Bélgica.

“Ainda mais se essa dor se estender após a infecção. Porque você não a vê, provavelmente não vai parar no hospital, e geralmente não é algo fatal. Mas afeta e piora muito a qualidade de vida no longo prazo”, completa.

Além dessas complicações, cicatrizes permanentes, eventos cardiovasculares, AVC e até perda auditiva também podem ser consequências da reativação do zóster, a depender de onde o vírus se instalou.

+Leia Também: Vacina contra herpes-zóster reduz risco de infarto e AVC, diz estudo

Como prevenir o herpes-zóster

A primeira forma de evitar esses males é vacinar as crianças contra a catapora, conforme prevê o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que disponibiliza o imunizante pelo SUS desde 2013.

Continua após a publicidade

Mas, caso você tenha 25 anos ou mais, provavelmente não foi vacinado contra a primeira aparição do varicela-zóster. Por isso, estima-se que cerca de 94% dos adultos brasileiros possuam esse vírus adormecido no corpo.

Assim, melhor forma de lidar com a situação é impedindo que ele acorde. E isso se baseia em basicamente dois pilares.

A primeira é ter um estilo de vida saudável, pois o patógeno se aproveita das brechas nas defesas do corpo para dar o bote. Por isso, alimentação equilibrada, sono restaurador e manejo do estresse (para que não vire algo crônico) é essencial. Crises emocionais podem ocorrer com qualquer um, mas ter um corpo forte ajuda a evitar que o vírus se dissemine.

A segunda é a vacinação, altamente eficaz em prevenir a doença. Desde 2022, temos disponível no Brasil a vacina Shingrix, da GSK.

Ela não usa vírus vivo, mas uma tecnologia recombinante. Os cientistas pegaram só uma proteína do vírus e adicionaram uma substância que melhora nossa resposta imunológica, para que as defesas sejam ativadas.

Continua após a publicidade

Os estudos registraram eficácia de até 97% e proteção por mais de dez anos. E qualquer indivíduo imunossuprimido com mais de 18 anos pode tomar.

A Shingrix tem regime de duas doses e é indicada para todos a partir dos 50 anos. Custa cerca de R$1 800 as duas doses.

“Nossas pesquisas mostram que, entre as várias formas de aumentar a taxa de vacinação, a que funciona melhor é uma recomendação clara e forte do médico. Na receita médica, por escrito, com importância equivalente a de um medicamento prescrito. Isso faz as pessoas se interessarem mais, levarem a sério a recomendação”, afirma o médico Arnas Berzanskis, VP da GSK.

Possibilidade de a vacina ser incluída no SUS

Nesse contexto, uma das grandes barreiras é o acesso, já que nenhum dos imunizantes contra o zóster está disponível gratuitamente no sistema público de saúde.

Mas, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) abriu uma Consulta Pública para avaliar a inclusão da vacina contra o herpes zóster no Programa Nacional de Imunizações (PNI), para adultos acima de 80 anos e imunocomprometidos acima de 18 anos.

Continua após a publicidade

Você pode votar neste link.

Clique aqui para entrar em nosso canal no WhatsApp
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Sua saúde merece prioridade!
Com a Veja Saúde Digital , você tem acesso imediato a pesquisas, dicas práticas, prevenção e novidades da medicina — direto no celular, tablet ou computador.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.