Fibrilação atrial: entenda os riscos da arritmia que afeta o técnico Tite
O tipo de arritmia cardíaca mais frequente leva a um ritmo rápido e irregular do coração
Após partida realizada na quinta-feira (22) em La Paz, na Bolívia, Tite, o técnico do Flamengo, passou mal e precisou de atendimento médico. Ele teve elevações da frequência cardíaca e arritmia causadas pela altitude.
O treinador foi medicado e assistido por médicos durante o retorno ao Rio de Janeiro. Após o desembarque, Tite foi encaminhado ao Hospital Copa Star para a realização de exames, que confirmaram a fibrilação atrial.
De acordo com o clube, o laudo não apontou a necessidade de intervenção cirúrgica e o técnico permanece internado para a reversão do quadro através de medicamentos.
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O que é fibrilação atrial?
A fibrilação atrial, o tipo de arritmia cardíaca mais frequente, leva a um ritmo rápido e irregular do coração. Os sintomas mais comuns são palpitações, tontura e falta de ar.
Os fatores de risco incluem hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca, obesidade, tabagismo, uso excessivo de bebidas alcoólicas e componentes genéticos.
“As chances da condição aumentam com o avanço da idade”, destaca o médico cardiologista Leandro Costa, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
De maneira geral, o tratamento é baseado na melhoria das queixas, com base no controle do ritmo e da frequência cardíaca. As medidas tem como objetivo prevenir as complicações mais frequentes da doença, como trombose e acidente vascular cerebral (AVC).
“Dependendo do paciente, existe risco elevado de formação de coágulos, sendo necessário o uso de anticoagulantes”, acrescenta Costa.
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Mecanismos da arritmia
O quadro é caracterizado por irregularidades na transmissão de impulsos elétricos que coordenam as batidas do peito, o que faz com que o coração dispare de repente.
Em consequência disso, os átrios (a parte superior do músculo cardíaco) não se contraem direito — é como se tremessem. Nessa situação, o número de batidas por minuto chega a dobrar.
O diagnóstico é realizado pela análise médica dos sintomas e de um exame de eletrocardiograma. Contudo, se as palpitações forem esporádicas — ou seja, só dão as caras de vez em quando —, pode ser considerado o uso de um monitor portátil, que mede o ritmo cardíaco por longos períodos.
Atividade física e alimentação equilibrada afastam causas importantes da fibrilação, como excesso de peso, diabetes e pressão alta. Maneirar nos drinques e cortar o cigarro também são atitudes fundamentais para prevenir a arritmia.
Mas é importante frisar que, em um bom número de casos, a fibrilação atrial surge por uma predisposição genética. Daí a importância de um acompanhamento com o cardiologista.