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Fascite plantar: médica explica por que a dor na sola do pé não deve ser subestimada

A inflamação da fáscia plantar é uma das principais causas de afastamento de atividades físicas e laborais, mas tem tratamento eficaz e preventivo

Por Marina Melhado, ortopedista, via Brazil Health*
Atualizado em 4 ago 2025, 10h57 - Publicado em 2 ago 2025, 06h00
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A fascite plantar pode provocar dores intensas na região do calcanhar (Racool_studio/Freepik)
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Uma dor na sola do pé, em especial no calcanhar, que começa discretamente ao acordar e se intensifica com os primeiros passos do dia. Esse pode ser o sinal de uma condição muito comum, mas frequentemente negligenciada: a fascite plantar.

Responsável por até 15% das queixas de dor no calcanhar e na sola do pé na população geral, essa inflamação da fáscia plantar — uma faixa espessa de tecido fibroso que sustenta o arco do pé — é um dos principais motivos de afastamento de atividades físicas e profissionais que exigem caminhar ou permanecer em pé por longos períodos.

No consultório, é comum encontrar pacientes que interromperam treinos ou precisaram se afastar do trabalho por conta do incômodo. Muitos se surpreendem ao descobrir que a origem está na inflamação da fáscia plantar e, principalmente, ao perceber que a melhora é possível com tratamento direcionado e medidas preventivas simples.

Fatores de risco da fascite plantar

A fáscia plantar funciona como um amortecedor biomecânico, absorvendo o impacto e sustentando o peso do corpo durante a marcha.

Quando submetida a sobrecarga repetitiva ou a desalinhamentos posturais, pode sofrer microlesões que desencadeiam um processo inflamatório crônico.

Entre os principais fatores de risco estão:

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  • Alterações biomecânicas, como pé plano ou cavo;
  • Excesso de peso, que aumenta a pressão sobre a estrutura;
  • Atividades de impacto, como corrida e dança;
  • Sedentarismo, que reduz a flexibilidade e a força muscular;
  • Uso inadequado de calçados, como os de solado rígido ou sem suporte ao arco plantar.

A incidência é maior entre os 40 e 60 anos, mas ela também acomete adultos jovens, especialmente atletas ou profissionais que passam muitas horas em pé.

+Leia também: O guia dos pés saudáveis (e sem dor)

Tratamentos modernos e baseados em evidências

O tratamento da fascite plantar evoluiu muito nos últimos anos e, hoje, a abordagem é multidisciplinar, combinando reabilitação funcional, alívio da dor e correção biomecânica. Entre as principais táticas empregadas, estão:

  • Fisioterapia personalizada: técnicas como liberação miofascial, alongamentos específicos e fortalecimento da musculatura intrínseca dos pés têm alta taxa de sucesso. Um estudo publicado no Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy mostrou que um protocolo de oito semanas reduziu significativamente a dor e melhorou a função em mais de 80% dos pacientes;
  • Palmilhas ortopédicas sob medida: corrigem desalinhamentos e redistribuem a pressão plantar. Estudos apontam melhora clínica relevante com uso contínuo por pelo menos três meses;
  • Terapia por ondas de choque extracorpóreas (TOC): uma inovação no tratamento da dor musculoesquelética crônica, a TOC estimula a regeneração tecidual e modula a dor de forma não invasiva. Uma meta-análise publicada em 2020 no Journal of Foot and Ankle Research confirmou sua eficácia na redução da dor e na melhora funcional em casos crônicos;
  • Medicamentos analgésicos, crioterapia e infiltrações com corticoides ou agentes regenerativos podem ser indicados em casos específicos, sempre com orientação médica.
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O papel do calçado: prevenção e recuperação

O tipo de sapato influencia diretamente no resultado do tratamento. Solados rígidos, saltos muito baixos ou falta de suporte ao arco podem perpetuar a dor. Sapatos com amortecimento adequado, leve elevação do calcanhar e estrutura anatômica ajudam a reduzir a tensão sobre a fáscia.

Durante a recuperação, recomenda-se evitar andar descalço, inclusive em casa, e priorizar modelos que absorvam bem o impacto. No caso de esportistas, a escolha do tênis deve considerar o tipo de pisada e a modalidade praticada.

Conclusão

A fascite plantar não deve ser subestimada. Quando negligenciada, pode se tornar uma dor crônica incapacitante, com impacto direto na qualidade de vida, produtividade e bem-estar físico e mental.

O diagnóstico precoce, aliado a tratamentos baseados em evidência científica e a medidas preventivas simples, garante não apenas alívio da dor, mas também o retorno seguro às atividades cotidianas.

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Se seus passos têm sido marcados pela dor, é hora de buscar avaliação especializada. Afinal, a saúde dos pés sustenta muito mais do que o nosso corpo: sustenta o nosso caminho.

*Marina Melhado é ortopedista e membro da Brazil Health

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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