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Esclerose múltipla: o que é, quais são os sintomas e tratamentos

Doença neurológica crônica afeta o sistema nervoso central, provocando uma variedade de sintomas

Por Lucas Rocha
23 out 2024, 17h30
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  • A esclerose múltipla afeta, estima-se, cerca de 40 mil pessoas no Brasil. Por impactar o sistema nervoso, pode ter diversas manifestações, como alterações na visão, no equilíbrio e na capacidade muscular.

    Segundo o Ministério da Saúde, a condição atinge principalmente pessoas entre 18 e 55 anos. Embora a doença não tenha cura, o tratamento contribui para o controle ao reduzir a intensidade e frequência dos sintomas.

    A seguir, conheça mais sobre o problema.

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    O que é esclerose múltipla?

    A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central, especificamente o cérebro e a medula espinhal.

    “Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca a mielina, a camada protetora que envolve as fibras nervosas, causando inflamação e danos. Isso interfere na comunicação entre o cérebro e o resto do corpo”, detalha o médico neurologista Diogo Haddad, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

    O processo é caracterizado por períodos de surtos, momentos em que os sintomas pioram, seguidos pela fase de remissão, definida pela melhora ou estabilização.

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    Quais são as principais causas da doença?

    A causa exata da esclerose múltipla ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

    “Alguns estudos sugerem que infecções virais, como o vírus Epstein-Barr, podem desencadear a doença em pessoas geneticamente predispostas. Além disso, fatores como deficiência de vitamina D e tabagismo também têm sido associados a um risco aumentado de desenvolver a condição”, pontua o neurologista.

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    O diagnóstico de esclerose múltipla é realizado por médicos neurologistas (Jcomp/Getty Images)

    Quais são os principais sintomas da esclerose múltipla?

    Os sintomas da esclerose múltipla variam bastante de uma pessoa para outra, de acordo com as áreas do sistema nervoso afetadas.

    “Os mais comuns incluem fadiga, dificuldades de coordenação e equilíbrio, problemas de visão, fraqueza muscular, formigamento ou dormência nos membros e problemas cognitivos”, elenca Haddad.

    As manifestações podem aparecer e desaparecer, ou se agravar progressivamente. Pela ampla gama de manifestações, a doença é classificada em diferentes tipos.

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    “Os principais incluem a esclerose-múltipla surto-remissão, em que os pacientes intercalam períodos com crise ou sem, e a progressiva, que pode ser primária ou secundária, caracterizada por uma piora gradual dos sintomas sem remissões claras”, explica o médico.

    Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento?

    Alguns fatores de risco para esclerose múltipla incluem ter histórico familiar da doença, ser do sexo feminino, viver em regiões mais distantes do equador, deficiências de vitamina D, tabagismo e exposição a certos vírus, como o Epstein-Barr.

    “A interação entre esses fatores genéticos e ambientais pode aumentar a probabilidade de desenvolver a doença”, frisa Haddad.

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    Como é feito o diagnóstico?

    A identificação precoce é fundamental para iniciar o tratamento o mais rápido possível, o que pode ajudar a retardar a progressão do quadro e minimizar os danos neurológicos.

    “O diagnóstico é feito através de uma combinação de avaliação clínica, ressonância magnética para detectar lesões no sistema nervoso central, e exames de sangue para descartar outras condições”, explica o médico.

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    Os critérios básicos analisados incluem a evidência de múltiplas lesões no sistema nervoso central e a presença de pelo menos dois episódios de distúrbio neurológico.

    Entre os exames que auxiliam a detecção estão a ressonância magnética de crânio e coluna, avaliação do fluido que banha o sistema nervoso, chamado líquor, e o teste potencial evocado, que permite a análise de alterações nervosas.

    Como é feito o tratamento da esclerose múltipla?

    Atualmente, não há cura para a esclerose múltipla, mas os tratamentos ajudam a controlar os sintomas e a progressão da doença.

    “As terapias incluem medicamentos modificadores da doença, como interferons e anticorpos monoclonais, que reduzem a frequência e a gravidade dos surtos. Além disso, medidas sintomáticas, como fisioterapia, podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, resume o neurologista.

    Drogas que atuam sobre o sistema imune contribuem para reduzir a inflamação e a agressão à mielina, com o objetivo de diminuir a frequência e intensidade dos surtos.

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    Os fármacos imunossupressores, que aplacam a atividade do sistema imunológico, também podem ser prescritos, incluindo compostos como azatioprina, ciclosfosfamida, mitoxantrone e ciclosporina.

    Uma das formas para driblar os surtos consiste na utilização da pulsoterapia, a administração de altas doses de corticoides sintéticos por curtos períodos de tempo. Em geral, adota-se a metilprednisolona, com aplicação pelas veias por três ou cinco dias.

    No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicamentos, procedimentos clínicos e de reabilitação para a doença.

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    Existem formas de prevenir a esclerose múltipla?

    Algumas estratégias podem ajudar a reduzir o risco, mas não existem maneiras comprovadas de prevenir a esclerose múltipla.

    “Evitar o tabagismo e adotar um estilo de vida saudável, incluindo dieta equilibrada e exercício regular, podem contribuir para uma melhor saúde neurológica e, potencialmente, reduzir o risco de desenvolver a doença”, conclui Haddad.

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