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Em técnica inovadora, médicos congelam parte do coração para tratar arritmias

Realizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, procedimento minimamente invasivo amplia para mais de 90% as chances de cura

Por Lucas Rocha
Atualizado em 2 out 2024, 17h36 - Publicado em 2 out 2024, 17h30
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Na intervenção, o médico usa uma pinça longa que congela os circuitos geradores de arritmia (Atricure/Divulgação)
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Parece roteiro de filme de ficção científica, mas congelar estruturas do coração para tratar doenças é um avanço da medicina que já está sendo colocado em prática.

Essa é a premissa de uma técnica inovadora para o tratamento de arritmia cardíaca, que chega ao Brasil pelas mãos de médicos do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

A tecnologia denominada Cryoice diminui em mais de 90% as chances de arritmia ventricular maligna, a forma da doença que atinge a parte inferior do órgão, como explica o cardiologista Alexsandro Fagundes, presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).

“Ela é a principal causa de morte súbita em pessoas aparentemente normais e frequentemente acontecem em indivíduos que já têm problemas cardíacos, como infarto prévio, doenças congênitas, insuficiência cardíaca ou que estão no pós-operatório de cirurgia no órgão”, pontua Fagundes.

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+ Leia também: Com o coração nas nossas mãos: aprenda a cuidar melhor dele

Desenvolvido pela empresa norte-americana AtriCure, o procedimento pode ainda beneficiar pacientes que apresentem descompassos no ritmo cardíaco devido a disfunções na válvula mitral, uma importante estrutura que impede que o sangue bombeado volte por onde acabou de passar.

““O procedimento minimamente invasivo apresenta chance de sucesso acima de 95% na eliminação das arritmias ventriculares malignas e diminui o risco de morte súbita”, destaca o cirurgião cardíaco Robinson Poffo, do Einstein.

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Como funciona a técnica

O médico usa uma pinça longa que resfria até congelar os circuitos do coração geradores de arritmia. Esse processo provoca uma cauterização por meio de baixas temperaturas, um método chamado crioablação.

Para ajudar no procedimento, um robô portátil, nomeado Da Vinci, capta imagens e permite a aplicação do equipamento nos pontos certos do órgão.

A inovação dispensa a abertura do peito para fazer a cirurgia, simplificando o procedimento e reduzindo o risco de sangramento e infecções. A mesma ferramenta também está indicada para o tratamento de outros tipos de arritmia, como a fibrilação atrial.

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“Em comparação a outros métodos, a tecnologia melhora o quadro do paciente em um intervalo de tempo menor e proporciona mais qualidade de vida. Com isso, o tempo de internação é menor e o retorno às atividades cotidianas mais rápido”, enfatiza Marcelo Franken, gerente médico da cardiologia do Einstein.

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Uma outra forma de tratamento consiste no uso da radiofrequência, que usa o calor para destruir o tecido onde o problema está localizado.

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A cada ano, as doenças cardiovasculares causam a morte de 400 mil brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Os sintomas de arritmias incluem palpitações, desmaios, tontura, falta de ar e fadiga. Em casos mais graves, o quadro pode levar a uma parada cardiorrespiratória.

A prevenção de complicações exige a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo atividade física, dieta equilibrada e um sono adequado.

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