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Idosos que escutam mal correm mais risco de quedas, revela estudo

Audição e equilíbrio estão intrinsecamente relacionados, e ouvir melhor pode ser uma saída para evitar uma das principais ameaças à saúde na terceira idade

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 jun 2025, 10h40
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Prevenção de quedas inclui a criação de ambientes mais seguros aos idosos (VEJA SAÚDE/SAÚDE é Vital)
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A perda de audição na terceira idade pode aumentar o risco de quedas, que são uma das maiores ameaças à saúde dos idosos.

Os dados são de um estudo publicado no periódico JAMA Otolaryngology–Head & Neck Surgery. Os pesquisadores da Universidade Nacional de Singapura conduziram uma ampla análise da literatura científica sobre o tema, considerando dados de 27 trabalhos.

O escrutínio revelou que pessoas com perda auditiva apresentavam 51% mais chances de sofrer um episódio único de tombo e uma probabilidade 17% maior de cair no chão mais de uma vez ao longo do tempo.

O problema é tão sério que, além de alvo de estudos, conta com uma data de conscientização. Todos os anos, 24 de junho é marcado como o Dia Mundial de Prevenção de Quedas. Confira, a seguir, detalhes da pesquisa e saiba como evitar novos baques.

+ Leia também: Perda auditiva avança em jovens e idosos e acende alerta

Risco de quedas

A investigação da Universidade Nacional de Singapura reuniu mais de 5 milhões de participantes, abrangendo estudos feitos na Ásia (total de 14), América do Norte (7), Europa (3) e Oceania (3).

Para chegar aos resultados descritos anteriormente, os experts extraíram as informações dos artigos disponibilizados em três bancos de dados científicos: PubMed, Embase e Cochrane Library. O conteúdo relevante foi então extraído, sintetizado e submetido a uma análise estatística.

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A função auditiva dos participantes foi medida a partir de métodos clínicos, como o exame de audiometria, citado em 9 estudos, e o relato dos próprios pacientes, considerado em nos 18 demais trabalhos.

As conclusões do estudo, que apontam um risco aumentado de quedas em indivíduos com perda auditiva, vão ao encontro de outros achados da literatura. Outra pesquisa, realizada em 2016 e publicada na revista Laryngoscope, já apontava essa relação.

 

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Qual é a relação entre uma coisa e outra?

As funções de equilíbrio e audição estão diretamente conectadas no ouvido humano, compartilhando uma via comum para o cérebro. Nesse contexto, o que se escuta ou não pode, consequentemente, afetar a estabilidade, como revelou um estudo também divulgado no JAMA Otolaryngology.

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Entre os diversos mecanismos relacionados, está a maior demanda de pessoas com perda auditiva por tentar ouvir e se comunicar, o que poderia reduzir os recursos voltados para o controle do equilíbrio.

O estudo de Singapura destaca também que deixar de ouvir pode restringir diretamente o acesso de um indivíduo a informações essenciais para a consciência espacial e a manutenção do equilíbrio.

A análise pontua ainda que doenças cardiovasculares e diabetes, mais presentes nos idosos, têm sido associadas tanto ao prejuízo auditivo quanto a quedas. A explicação envolve o desenvolvimento de alterações na cóclea, estrutura auricular que é peça-chave no processo de escuta.

Da mesma forma, o problema também pode causar disfunção nos nervos da região, com danos à localização espacial e, consequentemente, ao equilíbrio.

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Os pesquisadores de Singapura defendem a conscientização de médicos e formuladores de políticas das implicações da saúde auditiva no envelhecimento, com vistas a explorar o papel potencial de intervenções no contexto da escuta para a prevenção de quedas.

+ Leia também: Treinar habilidades auditivas reduz o risco de demência

Não caia nessa!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que as quedas são a segunda principal causa de mortes por lesões não intencionais no mundo, com estimativas de 684 mil óbitos a cada ano.

Pessoas com com mais de 60 anos estão entre as maiores vítimas. “São pessoas que, em geral, já possuem algum tipo de comorbidade e, durante a internação, têm maior risco de agravar quadros respiratórios, cardiovasculares e outras condições clínicas”, pontua o médico Lourenço Peixoto, chefe do Centro de Quadril do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), em nota.

Quando sobrevivem, podem sofrer consequências duradouras, como a fratura de fêmur, que costuma exigir cirurgia e, sem tratamento, apresenta prognóstico ruim e tempo de recuperação mais longo. São frequentes também as fraturas da bacia, do ombro e do punho.

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As estratégias de prevenção incluem educação, treinamento e a criação de ambientes mais seguros (confira os detalhes aqui).

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