Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Dengue, zika e chikungunya: o que espera o brasileiro neste verão?

Aumento nos casos de chikungunya, mas redução de dengue e zika geram dúvidas sobre a notificação das doenças nos anos de pandemia da Covid-19

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein*
Atualizado em 8 Maio 2023, 17h54 - Publicado em 18 dez 2021, 11h27

Casos de chikungunya tiveram um aumento de 30,8% em 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, de acordo com dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, divulgados no fim de novembro. Na contramão, o registro da dengue e de zika apontam para uma redução nos casos. Na primeira, foi registrada uma queda de 46,6% e, na segunda, de 17,6%.

As três doenças, no entanto, têm o mesmo agente transmissor: o mosquito Aedes aegypti. Na avaliação do infectologista Marcos Vinícius da Silva, coordenador do Ambulatório de Doenças Tropicais e Zoonoses do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, e professor da Faculdade de Medicina da PUC-SP, os dados da dengue estão subnotificados, pois não houve medidas realmente eficazes para o controle do mosquito vetor, visto que os casos de chikungunya estão aumentando.

+ LEIA TAMBÉM: Em meio à pandemia do coronavírus, não podemos esquecer da dengue

“Existem diferenças clínicas importantes nos casos de dengue e de chikungunya. Nos casos de dengue, a maioria dos pacientes fica assintomático. Uma minoria evoluiu mal e precisa ir para o hospital. Pode até ter diminuído um pouco o número de casos porque as pessoas ficaram mais tempo em casa por causa da pandemia, mas certamente há uma subnotificação porque os centros de saúde só estavam preocupados em diagnosticar a Covid-19”, pondera o infectologista.

Continua após a publicidade

Segundo Silva, a chikungunya provoca um quadro febril agudo e muitas dores articulares intensas, além de inchaço, vermelhidão e calafrios. “Como ela causa uma dor crônica contínua, a pessoa com a doença acaba procurando atendimento médico, o que faz o número de notificações subir”, afirma.

Era questão de tempo, de acordo com o especialista, para que os casos dessa doença começassem a aumentar no país, especialmente porque as ações de vigilância contra o mosquito vetor sofreram impacto durante a pandemia de covid-19 e muitos agentes de saúde não conseguiram entrar nas casas da população, onde ficam a maioria dos criadouros.

Segundo o boletim, no estado de São Paulo, por exemplo, foram notificados 18.156 casos de chikungunya até 20 de novembro deste ano contra 468 casos no ano anterior – o que representa um aumento de 3.779%. Apenas o município de São Paulo notificou 487 casos da doença, contra 281 no ano anterior, um indício de que os casos tendem a aumentar.

Continua após a publicidade

+ LEIA TAMBÉM: Estudo diz que chikungunya pode afetar o cérebro

Em Pernambuco, os números também chamam atenção: foram 29.785 casos registrados em 2021 contra 4.985 no ano passado, um aumento de quase 500%. Na Paraíba, houve registro de 9.019 casos, contra 1.817 em 2020. A explosão de casos de chikungunya começou no litoral e está se espalhando. Segundo o governo, todas as regiões apresentaram aumento nas notificações em comparação com o ano de 2020, sendo a Sudeste aquela com maior incidência da doença.

Zika

Ainda segundo o boletim, os casos de zika também estão em queda e ela foi a única doença que não registrou óbitos em 2021. Ao todo, segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 5.710 casos prováveis em todo o Brasil, uma queda de 17,6% em comparação com o mesmo período de 2020.

Continua após a publicidade

As únicas regiões que registraram aumento no número de casos de zika, em relação ao ano anterior, foram as regiões Norte (28,3%) e Sul (36,6%). “O zika é uma arbovirose que faz um número grande de contaminados e rapidamente some. A maioria tem sintomas leves e o vírus deixa de circular. É esperado que os casos diminuam”, afirma Silva.

Compartilhe essa matéria via:

Na avaliação do infectologista, é necessário que o sistema básico de saúde esteja preparado para identificar os sintomas dos pacientes e fazer mais testes para diagnóstico e monitoramento adequado dessas doenças.

Continua após a publicidade

“Qualquer doença infecciosa é assim. Precisamos ter uma capacidade grande de testagem e os profissionais de saúde precisam estar sensibilizados para identificar os sinais e fazer o diagnóstico correto para observar como a doença está caminhando no país. Ainda tem gente que nem sabe o que é chikungunya. A rede deveria estar preparada para isso, mas está sobrecarregada com tudo e mais covid”, ressalta.

Medidas adotadas

Segundo o Ministério da Saúde, até novembro deste ano, foram adquiridos cerca de 80 milhões de tabletes de larvicidas, dos quais mais de 21 milhões já foram distribuídos. A expectativa é que em 2022 sejam adquiridos mais de 84 milhões de tabletes. Além disso, mais de 277 milhões de litros do adulticida foram adquiridos e 165 milhões de litros distribuídos às unidades federadas.

Segundo a pasta, ações simples podem ajudar no combate ao mosquito Aedes aegypti e o segredo está nos cuidados com os diferentes ambientes, principalmente no quintal de casa. Entre as medidas que podem ser adotadas estão:

Continua após a publicidade

• Evitar água parada em pequenos objetos, pneus, garrafas e vasos de planta;
• Manter a caixa d’água sempre fechada e realizar limpezas periódicas;
• Vedar poços e cisternas;
• Descartar o lixo de forma adequada.

*Esse texto foi publicado originalmente na Agência Einstein

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.