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Câncer de bexiga: novo exame permite personalizar melhor o tratamento

Estudo teve participação de médicos e pacientes brasileiros e foi apresentado durante o congresso europeu de oncologia

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 out 2025, 10h21 - Publicado em 23 out 2025, 16h03
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Exames que detectam sinais do câncer no sangue avançam em estudos  (Fotos: Taleseedum e Oleksandr Paltsev/Getty Images/SAÚDE é Vital)
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Um dos dez cânceres mais comuns em todo o mundo, o câncer de bexiga atinge mais de 600 mil pessoas todos os anos. No Brasil, cerca de 10,6 mil são surpreendidas pelo diagnóstico e começam a conviver com os desafios do tratamento.

Um deles é o receio de que, após as sessões de quimioterapia e a retirada cirúrgica do tumor, a doença volte a se manifestar. Estima-se que até 40% dos casos apresentam recidiva da doença.

“Quando operamos alguém com câncer de bexiga, estamos retirando aquilo que conseguimos ver. O que nós não vemos são as células microscópicas que ficam circulando pelo corpo e, em dado momento, podem voltar a crescer — e isso provoca as temidas metástases“, explica Ariel Kann, chefe do Centro especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Por isso, hoje, por padrão, os pacientes também recebem imunoterapia após a operação, para que tenham maiores chances de que o paciente esteja curado ao final de todo o tratamento.

No entanto, as imunoterapias são medicamentos de alto custo e cerca de três quintos dos pacientes não precisarão, de fato, delas, visto que já estarão curados após os ciclos de químio e a cirurgia. Como, então, identificar quem realmente terá que recebê-la?

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Segundo resultados da terceira fase do ensaio clínico IMvigor011, um exame de sangue pode ser solicitado pelo médico para identificar precocemente os pacientes que devem receber imunoterapia.

O teste avalia o DNA tumoral circulante (ctDNA, na sigla em inglês), ou seja, os vestígios da doença que se espalham pelo sangue e que podem ser flagrados antes mesmo que novos nódulos apareçam em exames de imagem realizados ao longo do acompanhamento do paciente.

“A recomendação é que esse tipo de exame seja incluído no monitoramento de pacientes com câncer de bexiga, para que possamos poupar recursos e efeitos colaterais aos pacientes que não precisem de uma terapia adicional”, avalia Kann, que é coautor do estudo e acompanhou voluntários brasileiros que participaram do ensaio. Ao todo, 14 instituições do país participaram da investigação.

Os resultados do estudo foram apresentados durante o Simpósio Presidencial da última segunda-feira (20) no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (Esmo), realizado em Berlim, na Alemanha.

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+ Leia também: Câncer: o que é biópsia líquida e para que serve esse exame

Somente o necessário

Ao todo, 761 ao redor do mundo foram acompanhados por até um ano após passarem por cirurgia para tratar o câncer de bexiga. Eles fizerem testes de ctDNA regularmente durante esse período para avaliar quem estava curado após a cirurgia e quem havia voltado a ter traços da doença.

No total, apenas 250 pacientes apresentaram ctDNA positivo e eram elegíveis a seguir tratamento com imunoterapia. 

Agora nós temos as primeiras evidências de um estudo prospectivo e randomizado sobre o câncer de bexiga muscular invasivo [que costuma ser mais agressivo] de que os pacientes deveriam ser tratados quando o resíduo molecular da doença for detectado, e poupá-los do tratamento [com imunoterapia] — e de suas toxicidades associadas — quando o resíduo estiver persistentemente ausente”, resume Alexander Wyatt, oncologista da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, que comentou em coletiva de imprensa o anúncio do estudo no congresso da Esmo.

Parte daqueles que apresentaram ctDNA positivo receberam uma imunoterapia chamada atezolizumabe, desenvolvida pela farmacêutica Roche, que elevou os níveis de sobrevivência e tempo livre da doença entre quem teve recidiva.

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“Isso mostra que o teste de ctDNA é um elemento importante para personalização do tratamento, ajudando a identificar quem tem maior risco de retorno da doença e evitando exposições desnecessárias a toxicidade de tratamentos complementares”, afirma Kann. “Ele ajuda a orientar o uso de imunoterapias.”

O estudo foi publicado no periódico The New England Journal of Medicine.

 

* A repórter viajou para Berlim a convite de Bayer Brasil e Galápagos Newsmaking.

 

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