Câncer: 1 a cada 5 homens e 1 a cada 6 mulheres terão a doença
Estimativas mostram um aumento do número de casos e mortes por tumores a cada ano. Veja os tipos da doença que mais preocupam e como frear esse avanço
Só em 2018, 18,1 milhões de casos de câncer serão diagnosticados, enquanto 9,6 milhões de pessoas morrerão por causa dele. Ao longo da vida, um a cada cinco homens e uma a cada seis mulheres sofrerão com a doença. Esse é o cenário apontado pelo Globocan 2018, um estudo da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (Iarc, na sigla em inglês).
Na última vez que esse levantamento havia sido realizado – em 2012 –, foram contabilizados 14,1 milhões de novos casos e 8,2 milhões de falecimentos. Trata-se, portanto, de um aumento de 28% na quantidade de diagnósticos e de 17% na de óbitos.
Pior: se medidas efetivas para o controle do problema não forem tomadas ou ao menos reforçadas, a Iarc prevê uma explosão de 63% no número de episódios e de 70% no de mortes por ano até 2040.
Claro que o crescimento e o envelhecimento populacional têm um papel central nesses dados. Mas, em nota, a entidade responsável pelo estudo destaca: “Esse aumento é motivado por vários fatores, incluindo […] a prevalência de causas do câncer associadas a aspectos sociais e econômicos”.
Em outras palavras, a prevenção de infecções por trás de diferentes tumores – como o HPV e a hepatite – e de um estilo de vida desequilibrado pode fazer a diferença. Obesidade, tabagismo, sedentarismo e uma alimentação pobre em vegetais já foram ligados ao surgimento do câncer.
“Novas medidas precisarão ser tomadas para orientar a população sobre hábitos saudáveis. Essa estratégia precisa estar aliada a campanhas de vacinação contra HPV e hepatite B, por exemplo”, analisa o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer, em um comunicado à imprensa. Se não conversou com um profissional sobre esses assuntos, está aí uma ótima oportunidade.
“Também temos de oferecer acesso a exames de rastreamento, como Papanicolau, mamografia e ultrassonografia para mama, colonoscopia para avaliação do intestino e toque retal e PSA para câncer de próstata”, ressalta Maluf. “Todas essas medidas ajudam a diminuir o número de casos avançados e, claramente, a reduzir a mortalidade de modo global”, conclui.
Os tipos de tumores mais comuns. E os que mais matam
Os cânceres de pulmão e de mama (esse último, só nas mulheres) são os mais prevalentes no mundo. Cada um acomete cerca de 2,1 milhões de pessoas por ano. Os tumores colorretais, com 1,8 milhão de casos, vem logo atrás, seguidos pelos de próstata (1,3 milhão) e de estômago (1 milhão).
Mas o ranking muda um pouco quando o assunto vai para a quantidade de mortes:
1) Câncer de pulmão: 1,8 milhão
2) Câncer colorretal: 881 mil
3) Câncer de estômago: 783 mil
4) Câncer de fígado: 782 mil
5) Câncer de mama em mulheres: 627 mil
Isso se dá ao fato de que certos tumores podem ser mais recorrentes e, por outro lado, menos agressivos em comparação com outros. É, por exemplo, o caso do câncer de mama.
Status socioeconômico e câncer
Veja que curioso: a incidência de novos casos em países desenvolvidos é de duas a três vezes maior, em comparação com nações pobres ou em desenvolvimento. Isso ressalta como chegar a uma idade avançada, privilégio mais comum em regiões ricas, é um fator de risco importantíssimo para tumores.
Por outro lado, a diferença no número de mortes cai significativamente entre países do Primeiro e do Terceiro Mundo. Ou seja, quando o câncer aparece em uma área sem tanta estrutura, ele pode ser reconhecido tardiamente ou não possuir tratamentos de última geração disponíveis. E isso, claro, torna a doença mais letal.