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Semana do Médico: Revista em casa por 10,99

Campeões da inovação médica: os projetos que revolucionam a saúde no país

Do laboratório de pesquisa à assistência: conheça os sete trabalhos vencedores do Prêmio VEJA SAÚDE & Oncoclínicas de Inovação Médica 2025

Oferecimento Oncoclínicas | 17 out 2025, 14h00
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Prêmio organizado por VEJA SAÚDE com apoio da Oncoclínicas traz retrato da inovação tecnológica e social no Brasil (Ilustração: Thiago Lyra e Rodrigo Damatti/Veja Saúde)
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Em cerimônia realizada em São Paulo, Diogo Sponchiato, redator-chefe de VEJA SAÚDE, e Angélica Nogueira, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, subiram ao palco para anunciar os profissionais e as instituições que levaram os troféus da edição 2025 do Prêmio VEJA SAÚDE & Oncoclínicas de Inovação Médica.

A iniciativa, que já virou tradição, recebeu centenas de trabalhos de todo o Brasil, analisados por um júri formado por 35 grandes nomes da medicina e da ciência brasileira.

“Esta premiação mostra que temos pessoas pensando e batalhando para melhorar o conhecimento, a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de inúmeras condições de saúde”, ressaltou Nogueira, oncologista que integra o time de especialistas da Oncoclínicas.

“Precisamos valorizar o empenho, a genialidade e a resiliência desses cientistas e profissionais de saúde. E isso só é possível com o apoio de quem está imerso no mundo da saúde e comprometido com medicina e pesquisa de excelência”, complementou Sponchiato.

Divididos em sete categorias, os jurados avaliaram os trabalhos levando em conta critérios como relevância científica, clínica ou assistencial, uso de tecnologia, capacidade disruptiva e abrangência e aplicabilidade. A média das notas atribuídas resultou na eleição dos ganhadores.

Na categoria IA na Transformação Digital da Saúde, a láurea foi concedida ao Instituto do Coração (InCor), pela criação de um protocolo que combina relógios inteligentes com algoritmo especial e ligado ao prontuário eletrônico do hospital para monitorar intercorrências após a cirurgia cardíaca de quem já recebeu alta.

O uso de inteligência artificial foi um dos pulos do gato também do trabalho vencedor em Tecnologias Diagnósticas. Demonstrando como sistemas e dispositivos portáteis podem mudar a realidade dos médicos e pacientes, especialistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) implementaram um fluxo de teleoftalmologia que lança mão de algoritmo embarcado em um retinógrafo para agilizar o encaminhamento de quem apresenta sinais de problema na retina, uma das complicações mais comuns e que abala a visão de quem tem diabetes.

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Já na categoria Engajamento e Empoderamento do Paciente, uma equipe capitaneada pelo Laboratório de Biodesign da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro mostrou como a tecnologia de ponta pode ser uma ferramenta de acolhimento. No contexto do pré-natal, ela projetou e imprimiu modelos em 3D de corações de bebês com malformação, propiciando às gestantes mais compreensão sobre a condição de seus filhos e contribuindo para o aumento dos vínculos diante desse desafio na jornada da maternidade.

Na categoria Medicina Social, por sua vez, o reconhecimento foi para a ONG Zoé e sua estratégia que combina hospital flutuante e telemedicina para levar atendimento de qualidade, com direito a pequenas cirurgias, a povos indígenas e ribeirinhos na Amazônia.

Enquanto isso, em Terapias e Tratamentos Inovadores, foi vencedor o estudo liderado pelo A.C.Camargo Cancer Center, uma abordagem capaz de turbinar a terapia CAR-T, que se baseia na reprogramação de células de defesa do próprio paciente em laboratório para tratar tumores.

Uma equipe da Universidade de São Paulo (USP) foi o destaque em um campo que vem conquistando protagonismo: aquele que mergulha no nosso DNA e revela caminhos inéditos para compreender, prevenir e tratar doenças. O time levou o troféu de Medicina de Precisão e Genômica com uma investigação sobre os segredos dos genes de idosos que se mantiveram saudáveis mesmo apresentando mutações que aumentam a propensão ao câncer.

Na outra ponta do cuidado, o ganhador na categoria Prevenção e Promoção à Saúde foi mais um projeto da USP, este da Faculdade de Medicina. Seu programa Jovem Doutor, que utiliza tecnologias digitais para captar a atenção e promover a saúde de estudantes do ensino fundamental, esbanjou seus frutos na cidade de Santos.

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Chegou a hora de você conhecer melhor este e os demais campeões.

Prevenção e promoção à saúde: um programa de saúde digital nas escolas

Iniciado há uma década em Santos, no litoral paulista, o programa Jovem Doutor lança mão da tecnologia para captar a atenção e promover o bem-estar de jovens do ensino fundamental, impactando, inclusive, toda a comunidade local.

Fruto de uma parceria entre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e a Secretaria de Educação do município, o programa se baseia em uma plataforma digital, recurso que oferece serviços como o ensino e monitoramento a distância, promovendo a interação entre a equipe de profissionais de saúde da USP e professores e alunos das escolas públicas.

Conta, ainda, com a biblioteca do Homem Virtual, um acervo de vídeos feitos por computação gráfica 3D, que exibe moléculas, órgãos, sistemas e afins, reproduzindo o funcionamento do corpo humano.

“Os alunos também têm acesso ao estúdio móvel, com equipamentos para a gravação de documentários e entrevistas, que ajudam a levar as informações tanto para outros estudantes quanto para familiares e a sociedade”, expõe Chao Lung Wen, líder do trabalho e chefe da disciplina de telemedicina da Faculdade de Medicina da USP.

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Entre os exemplos de ações há desde aulas com o passo a passo sobre como lavar as mãos até prevenção da gravidez na adolescência, passando pelo combate à dengue, primeiros socorros e táticas para lidar com o bullying e o cyberbullying.

Fora a imersão em alta tecnologia, os alunos montam peças de teatro e participam de eventos como as feiras de ciências, que são estratégias de comunicação consagradas para o aprendizado e a replicação do conhecimento.

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(Infográfico: Thiago Lyra e Rodrigo Damatti/Veja Saúde)

Engajamento e empoderamento do paciente: impressão 3D como suporte ao pré-natal

Das malformações congênitas que tiram o sono de mães e pais, as cardiopatias fetais estão entre as mais prevalentes. Diagnosticá-las o mais cedo possível na gestação é importante para tomar a melhor decisão e evitar riscos e complicações futuras.

E a compreensão das mães a respeito do problema é chave nesse contexto — pelo bem da criança e da família. Com a ideia de fazê-las entender melhor o que está acontecendo com o coração do bebê, o Laboratório de Biodesign da PUC-Rio liderou um projeto pioneiro com impressão 3D que ajuda a ver e compreender a história toda, alavancando o engajamento das mulheres no próprio pré–natal.

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“Ao proporcionarem uma visualização tangível e detalhada da condição, os modelos de órgão 3D auxiliam a aliviar a ansiedade e a incerteza enfrentadas pelas famílias”, nota Heron Werner, especialista em medicina fetal e coautor do trabalho. “A base do projeto é a colaboração multidisciplinar entre profissionais de obstetrícia, cardiologia, psicologia…”, destaca Pedro Paulo Ramalho, pesquisador de biodesign e um dos idealizadores da experiência.

Na pesquisa com voluntárias, as mães e acompanhantes que manipularam as representações tridimensionais relataram melhor entendimento da condição do bebê e índices mais elevados de bem-estar. Os achados credenciam a impressão 3D como uma ferramenta que, além de apoiar o cuidado individualizado e o planejamento cirúrgico, pode empoderar pais e promover um pré-natal mais participativo.

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(Infográfico: Thiago Lyra e Rodrigo Damatti/Veja Saúde)

IA na transformação da saúde: coração monitorado com dispositivos inteligentes

A recuperação de uma cirurgia cardíaca é um processo que exige atenção. Isso porque, entre outras alterações, o indivíduo pode desenvolver arritmias nos primeiros dias após o procedimento. Como ficar em cima e atuar quando preciso assim que o paciente tem alta do hospital?

A aposta do Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo, recai sobre relógios inteligentes conectados a um time de experts. Em um estudo coordenado pelo cirurgião Fábio Jatene, o professor e seus colegas testaram as tecnologias vestíveis e acopladas a IA em protocolos pós-operatórios.

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“Normalmente, depois da cirurgia, a pessoa fica internada entre seis e oito dias, porque podem aparecer alterações que precisam ser tratadas para que a situação não se agrave”, contextualiza o diretor do Serviço de Cirurgia Cardiovascular do InCor.

No experimento, pacientes foram monitorados com smartwatches com um algoritmo capaz de identificar arritmias — tudo devidamente ligado a uma plataforma e ao prontuário eletrônico.

“Com o sistema, não só a alta é mais precoce como, diante de alterações, a detecção automática permite que aquela pessoa seja convocada para atendimento por videochamada ou presencial, de acordo com a gravidade”, explica Jatene.

Além de confirmar o efeito de um esquema prático de vigilância contínua que agiliza a tomada de decisão clínica, a iniciativa subsidia a construção de um banco de dados para criar softwares que otimizam o acompanhamento médico.

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(Infográfico: Thiago Lyra e Rodrigo Damatti/Veja Saúde)

Tecnologias diagnósticas: sacada high-tech para salvar a visão

A retinopatia diabética, problema ocular causado pela sobrecarga de açúcar no sangue, é uma das complicações mais comuns do diabetes e está entre as principais causas de deficiência visual e cegueira em todo o mundo. Mas a condição é evitável, e o dano pode ser mitigado quando ela é detectada e tratada de forma precoce. Aí começam os desafios.

Para que isso aconteça, é crucial lançar mão de métodos de rastreio, com pacientes realizando avaliações periodicamente — um tremendo gargalo no Brasil, sobretudo nos serviços públicos e distantes dos grandes centros.

Daí a proposta de uma equipe da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) de implementar um programa de triagem híbrido com a teleoftalmologia. “O exame com retinógrafo, aparelho que faz imagens de alta resolução do fundo do olho, deveria ser rotineiro para quem tem diabetes. Então decidimos usar um equipamento portátil de baixo custo, acoplado a um sistema de inteligência artificial, para identificar alterações visuais precocemente”, expõe Stefano Choi, um dos pesquisadores responsáveis pela iniciativa. As informações do exame são direcionadas à nuvem e analisadas por especialistas de forma remota.

Os efeitos do projeto foram imediatos, reduzindo drasticamente o tempo de espera entre a captura das imagens e o início do tratamento. Prova de que um programa de triagem com recursos portáteis, automatizado com IA, é uma estratégia valiosa para exercer a medicina especializada de forma mais ágil, eficiente e democrática no país.

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(Infográfico: Thiago Lyra e Rodrigo Damatti/Veja Saúde)

Terapias e tratamentos inovadores: CAR-T turbinada para vencer tumores

Embora o tratamento com células CAR-T seja uma abordagem inovadora para tratar condições como o linfoma não Hodgkin e a leucemia linfoblástica aguda, estima-se que entre 40 e 50% dos pacientes deixam de responder ou apresentam recorrência dessas doenças devido a uma espécie de exaustão celular.

Em busca de uma resposta ao impasse, uma linha de pesquisa do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo, investiga se a modulação epigenética — ou seja, mudanças na expressão de alguns genes — pode restaurar a efetividade do tratamento, que se baseia na reprogramação, em laboratório, dos linfócitos T.

Essas unidades de defesa são coletadas do próprio paciente e, depois de transformadas, reintroduzidas para reconhecer e eliminar o câncer. “Observamos que a inibição de um complexo de proteínas melhora a função das CAR-T, aumentando sua resistência, tanto em testes com células tumorais quanto em camundongos”, conta a farmacêutica Maria Letícia Rodrigues Carvalho, a primeira autora do trabalho.

Ao criar uma versão mais potente das CAR-T, a intervenção foi capaz de turbinar a efetividade do tratamento anticâncer. Trata-se de uma estratégia que pode ser incorporada às terapias celulares já existentes e trazer impactos positivos à qualidade de vida dos pacientes.

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(Infográfico: Thiago Lyra e Rodrigo Damatti/Veja Saúde)

Medicina de precisão e genômica: o que os genes dos centenários dizem sobre o câncer

Nos últimos cinco anos, um grupo de pesquisadores do Centro de Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP) vem investigando os segredos biológicos de homens e mulheres saudáveis com mais de 90 anos. Boa parte deles já passou dos 100, não tem doenças importantes e consegue viver com autonomia.

O que eles teriam de especial? Parte da resposta está escondida em seu DNA. A bióloga Mayana Zatz, líder do time, diz que 80% do processo de envelhecimento saudável depende do ambiente; os outros 20% se devem a uma genética privilegiada.

Mas e se fosse possível replicar essa “sorte” para estender a longevidade a mais gente, inclusive prevenindo doenças pelo caminho? Em busca desses bilhetes premiados, o grupo da USP descreveu mais de 2 milhões de variantes genéticas inéditas na literatura científica mundial.

A mais recente descoberta aconteceu por acaso. Ao analisarem os genes de 100 superidosos que tiveram covid leve ou assintomática em busca de explicações para sua resistência imunológica, eles encontraram mutações altamente associadas ao câncer nos genes BRCA1 e BRCA2. Mas nenhum deles tinha padecido com um tumor.

“Foi uma surpresa para nós perceber que uma porcentagem significativa dos participantes carregava essas alterações sem desenvolver a doença”, diz o pesquisador Mateus Vidigal de Castro, autor principal do trabalho. A próxima etapa da investigação é decifrar o mecanismo protetor capaz de anular essa sentença genética — quem sabe transformando os achados em novos tratamentos “preventivos”, como terapias gênicas. “Isso abre uma frente muito grande de pesquisas”, afirma Castro.

Mais uma lição que se aprende com os mais velhos.

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(Infográfico: Thiago Lyra e Rodrigo Damatti/Veja Saúde)

Medicina social: cuidar de quem cuida da floresta

Em 2009, o cirurgião paulistano Marcelo Averbach, do Hospital Sírio-Libanês, passou por uma experiência inesquecível. Foi voluntário em uma expedição médica para atender populações indígenas e ribeirinhas em um barco que percorreu o Rio Tapajós, no Pará.

No ano seguinte, recebeu um convite para uma missão ainda mais complexa: operar cinco indígenas da etnia Zoé, isolados no norte paraense, que precisavam retirar a vesícula. Por dificuldades logísticas, os procedimentos teriam que ser executados lá mesmo, na aldeia. “Foi um baita sucesso. Fizemos cirurgias guiadas por vídeos em um lugar que nem sequer tinha luz”, relata.

Os anos se passaram, o médico participou de outras incursões e cresceu a vontade de seguir atendendo de forma mais estruturada essas populações, que amargam os piores números nacionais em uma série de indicadores de saúde.

Nascia, assim, a ONG Zoé, homenagem aos indígenas que marcaram a trajetória do médico. Em menos de seis anos, o grupo já realizou 35 expedições, com direito a cirurgias realizadas em barcos, exames em espaços coletivos de aldeias e atendimento psicológico a distância aos moradores das margens do rio Tapajós e seu afluente Arapiuns.

Desejo de fazer mais não falta. “Já contamos com 360 voluntários, e gente querendo ir não é o problema. O desafio é fazer uma medicina de alta competência numa região que tem limitações de acesso”, diz o médico e presidente da ONG, que inova para vencer esses obstáculos.

Esse trabalho dedicado aos povos originários inclusive tem reflexos ambientais: afinal, são os indígenas e ribeirinhos que atuam na conservação de áreas naturais da Amazônia. Em tempos de crise climática, é crucial cuidar de uma população que, há milhares de anos, cuida da floresta — como faz a Zoé.

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(Infográfico: Thiago Lyra e Rodrigo Damatti/Veja Saúde)
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